03 abril 2018

Bradesco espera no mínimo R$ 25 bi em oferta de ações em 2018

A depender do resultado das eleições, volume pode chegar a R$ 40 bilhões

A área de banco de investimento do Bradesco espera que, mesmo com as eleições, as ofertas de ações cheguem nesse ano a no mínimo R$ 25 bilhões. A depender da evolução da disputa eleitoral, esse número pode crescer, chegando a R$ 40 bilhões e se igualando ao resultado do ano passado.

— O ano de 2018 deve ser comparado com outros anos eleitorais, que têm uma atividade mais baixa. Vamos ver uma antecipação para o primeiro semestre, mas pode encostar no valor registrado ano passado a depender das eleições — disse Leandro Miranda, diretor do Bradesco BBI , durante conferência da instituição realizada para investidores.

Apesar do otimismo, nenhuma operação foi concluída durante o primeiro trimestre. A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da varejista de brinquedos Ri Happy foi suspensa com a piora do cenário externo. O número da projeção do banco de investimento do Bradesco leva em conta tanto as emissões de empresas estreantes na Bolsa, os IPOs, como daquelas que já têm ações negociadas em mercado, em operação chamada de "follow on".

Em relação às ofertas de renda fixa (debêntures, notas promissórias), que no ano passado chegaram a R$ 152,1 bilhões, a expectativa é de um valor menor. Isso porque, já prevendo um ano mais volátil devido às eleições, as empresas anteciparam operações no ano passado e esse ano há poucos vencimentos, ou seja, não há necessidade urgente de renovação desses títulos de crédito.

Por outro lado, o banco vê boas perspectivas para essas ofertas. Uma das razões é a mudança nas regras de empréstimo do BNDES, incluindo aí a criação da TLP que deixa as taxas do banco de fomento mais próximas da de mercado, e a redução dos juros na economia, que força os investidores a buscarem alternativas aos títulos públicos.

— Vemos um ano de 2018 positivo para o mercado de capitais. A taxa de juros baixa e a revisão do papel do BNDES aumentam o potencial de irritar o mercado com bons papéis — disse Marcelo Noronha, vice-presidente do Bradesco BBI, acrescentando ainda que, do lado do mercado de crédito bancário tradicional, a retomada por parte das grandes empresas deve acontecer de forma mais lenta e gradual.

No médio prazo, Renato Ejnisman, diretor-executivo do Bradesco, acredita que há espaço para crescimento das operações incentivadas (aquelas com isenções de IR para a pessoas física, como as debêntures incentivadas) para a pessoa física. Já os investidores institucionais, como os fundos de pensão, devem demandar papéis de prazo mais longo.

— Essa maior oferta de ativos ainda não ocorreu porque as empresas estão saindo da crise, ainda estão com capacidade ociosa, mas vão precisar investir — disse. POR AGÊNCIA O GLOBO Leia mais em epocangocios 03/04/2018

03 abril 2018



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