26 outubro 2017

Nova gestora prepara fundo de infraestrutura

Foco em infraestrutura e um trio de sócios com diferentes trajetórias no mercado financeiro são as marcas da Monte Equity Partners, companhia de private equity criada a partir da cisão da gestora de ativos imobiliários TRX.

A Monte chega ao mercado com uma carteira de ativos avaliada em R$ 400 milhões e planos de captar um fundo de R$ 200 milhões nos próximos seis meses. Terminais retroportuários, energia solar, saneamento e iluminação pública são, em princípio, os segmentos de interesse.

"Já temos alguns ativos em vista para poder selecionar os investimentos rapidamente quando a captação tiver sido concluída", afirma Carlos Takahashi, ex-presidente da BB DTVM, um dos sócios da nova gestora.

Cacá, como é conhecido no mercado, será o olhar institucional e estratégico da gestora. Ex-sócio da TRX e com passagens pelo banco Indusval e pela Vinci Partners, Julio Zogbi agrega a experiência em originação e na gestão de ativos ilíquidos. O grupo de sócios se completa com Raquel Pozzani, que veio da área de infraestrutura da TRX e antes trabalhou em companhias como Agribusiness Investimentos e Pátria. Ela traz uma visão mais operacional dos negócios.

Segundo Cacá, o objetivo é que a Monte Equity Partners participe ativamente da gestão das empresas investidas. "O time gosta de estar na operação. Não é só sentar na diretoria ou no conselho de administração, é ir lá e atuar no chão de fábrica, diretamente com os funcionários", diz.

Tem sido assim nas companhias em que a gestora já investe: um terminal de combustíveis líquidos em Paranaguá (PR), um terminal de fertilizantes em São Francisco do Sul (SC) e uma geradora de energia solar ainda não operacional em Jaguaretama (CE), que vieram com a estrutura cindida da TRX.

Segundo Cacá, o terminal de líquidos, quando foi adquirido, era exclusivamente voltado ao armazenamento de etanol. No entanto, a partir de um olhar próximo ao funcionamento da companhia, a gestora - que, na época, ainda era parte da TRX - decidiu ampliar o foco para melhorar a rentabilidade do ativo.

O alvo da Monte são empresas já existentes. Ao menos por enquanto, o private equity não tem planos de disputar concessões. "A crise trouxe oportunidades em ativos que enfrentam problemas de gestão, ou de estrutura de capital inadequada, ou que estejam sendo vendidos", diz Cacá, que se aposentou do Banco do Brasil no fim de 2015, após 36 anos na instituição. O gestor também aposta numa crescente importância dos fundos de private equity para financiar o setor de infraestrutura em um cenário de juros e inflação baixos.

Nos próximos três meses, a gestora deve concluir os preparativos para a captação do fundo. Dos R$ 200 milhões almejados, Cacá diz que a Monte já conta com cerca de 40% - parte dos próprios sócios, parte de investidores que sinalizaram interesse no negócio. O foco, inicialmente, é atrair outros fundos de private equity, family offices e investidores institucionais.

A ideia é que o fundo tenha três ativos num primeiro momento e, mais adiante, outros três. A gestora não quer um portfólio muito grande justamente para conseguir ter um olhar bem próximo da operação, diz Cacá.

Em um ano, a Monte pretende colocar mais um fundo no mercado, ainda sem volume definido. "Mas vamos crescer passo a passo", diz o gestor.

A área de infraestrutura da TRX, que deu origem à Monte, foi criada há três anos. Os três investimentos feitos até agora foram feitos em operações privadas. Após a cisão, a TRX continuou atuando em soluções logísticas e no setor imobiliário corporativo, com R$ 5,6 bilhões em ativos sob gestão. Fonte: Valor Leia mais em portosenavio 25/10/2107

26 outubro 2017



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