05 outubro 2017

Enforce, do BTG, compra créditos do BVA

A Enforce, empresa de recuperação de créditos do BTG Pactual, arrematou por R$ 211 milhões os créditos podres do banco BVA leiloados ontem. Os ativos somam cerca de R$ 2,2 bilhões em valor de face. O lance do BTG representa um ágio de 14% em relação ao preço mínimo, de R$ 184,6 milhões.

Depois de vender a Recovery para o Itaú Unibanco em 2015 para resolver uma crise de liquidez detonada pela prisão de seu ex-controlador, André Esteves, o banco começou a reconstruir seu negócio de recuperação de créditos podres com a criação da Enforce no ano passado.

Com a aquisição dos créditos do banco BVA, a empresa de recuperação de créditos do BTG Pactual passa a deter uma carteira com valor de face de R$ 33 bilhões e já se prepara para voltar a atuar com empréstimos não-pagos de pessoas físicas nos próximos meses, segundo o Valor apurou. Pelo acordo selado com o Itaú, o BTG Pactual só pode voltar a esse negócio no fim deste ano.

O banco decidiu destinar R$ 1 bilhão para a aquisição de carteiras de crédito podre e dos chamados imóveis estressados, aqueles com problemas judiciais e contas inadimplentes. Por enquanto, o BTG só investiu cerca de um terço desse valor.

Dos R$ 2,2 bilhões adquiridos do BVA, a maior parte é de créditos concedidos a empresas, com um tíquete médio de R$ 10 milhões cada. Além disso, há cotas de fundos de direitos creditórios e R$ 45 milhões em operações de crédito consignado.

Depois da venda da carteira de créditos do BVA ontem, o próximo passo da massa falida do banco é o leilão de um portfólio com aproximadamente 15 imóveis. O processo deve ser realizado dentro de alguns meses - está à espera de autorização judicial, afirmou Eduardo Seixas, sócio da Alvarez & Marsal, empresa responsável pela administração da massa falida.

O leilão da carteira de créditos podres, com valor de face de cerca de R$ 2,2 bilhões, era a principal etapa do processo de liquidação dos ativos do BVA, disse Seixas. Com uma proposta de R$ 211 milhões, que representa ágio de 14% sobre o preço mínimo, a Enforce, empresa do BTG Pactual, arrematou o portfólio.

De acordo com o administrador, dez interessados se habilitaram para o leilão, mas só a Enforce e a gestora de recursos Jive Investments apresentaram lances.

A massa falida tem uma dívida total de R$ 4,5 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões são quirografários.

Para vender os ativos no leilão de ontem, foi feita uma cisão da massa falida do BVA - algo inédito em processos do gênero no Brasil. O BTG levou 100% das ações da Novaportfólio.

Os administradores do banco também já realizaram quatro leilões de imóveis que pertenciam ao grupo BVA.

"Estamos tentando fazer um processo célere de conclusão da falência. A ideia é pagar os credores no menor tempo possível, em vez de levar 10 ou 15 anos", disse Seixas.

O BVA, que era controlado por José Augusto Ferreira dos Santos, teve seu processo de falência decretado em setembro de 2014. Alguns ativos da massa falida ainda são estão em disputa judicial, segundo apurou o Valor. Um deles diz respeito a um pedido de restituição de R$ 70 milhões do grupo Caoa, que era investidor do banco. Outro se refere a créditos dados em garantia ao fundo Gama. Os dois casos estão em discussão na Justiça. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 05/10/2017

05 outubro 2017



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