28 setembro 2017

Magazine Luiza capta R$ 1,56 bi em semana concorrida de oferta de ações

Em uma semana bastante concorrida para as ofertas de ações na América Latina, o Magazine Luiza concluiu ontem a venda de R$ 1,56 bilhão em papéis. A varejista fixou o preço da ação em R$ 65, com um desconto de cerca de 4,8% em relação à cotação de fechamento ontem.

O Magazine Luiza acabou não vendendo o lote suplementar de ações, que levaria a oferta a um total de R$ 1,8 bilhão. Segundo o Valor apurou, essa foi uma decisão da família Trajano, controladora da companhia. A avaliação foi que o papel já tinha sofrido uma desvalorização nas últimas semanas, apesar de a varejista ter contado com demanda suficiente para cobrir duas vezes o volume de papéis ofertados.

Cerca de metade das ações foi comprada por investidores estrangeiros, o que trouxe para a base acionária do Magazine Luiza fundos de tecnologia, um perfil que a companhia pretendia atrair.

Com a transação, o Magazine Luiza levantou R$ 1,14 bilhão em recursos novos para investir na abertura de lojas e em projetos digitais, além de reduzir o endividamento de curto prazo. A oferta subsequente de ações também deu saída parcial aos controladores da companhia.

Esta é uma semana bastante concorrida para as ofertas de ações na América Latina, com cerca de R$ 10 bilhões em transações. O número elevado de ofertas na rua tem disputado a atenção - e o bolso - dos investidores, que precisam alocar tempo e analistas para decidir se vão comprar ou não os papéis.

Anteontem, a fabricante de alimentos Camil conclui seu IPO, mas para isso precisou reduzir o preço de suas ações, que estreiam hoje na bolsa de valores. Inicialmente a companhia pretendia vender os papéis entre R$ 10,50 e R$ 13, mas a oferta acabou saindo a R$ 9.

Também na terça-feira, o grupo financeiro da Argentina Galicia levantou US$ 550 milhões numa oferta subsequente de ações.

Nem todas as companhias, porém, conseguiram concretizar seus planos. Diante do fraco interesse dos investidores, a processadora de carnes e derivados de leite Sigma, do México, acabou desistindo ontem dos planos de levar adiante sua oferta de ações. Se quisesse concluir a operação, a empresa teria de aceitar um preço mais baixo pelos papéis.

Até o fechamento desta edição, a empresa de tecnologia Tivit ainda tentava angariar investidores para concluir sua oferta inicial de ações. Controlada pela gestora de fundos de private equity Apax, a companhia testava ontem com potenciais investidores uma faixa de preço reduzido para a venda de suas ações no IPO, segundo o Valor apurou com duas fontes.

Um dos interlocutores disse que o novo intervalo em discussão vai de R$ 35 a R$ 37. Quando a oferta inicial de ações foi lançada, a Tivit buscava fechar a transação dentro de um patamar entre R$ 43 e R$ 51.

Em junho, a Tivit decidiu adiar o IPO depois de encontrar investidores pouco receptivos após as delações dos irmãos Batista, da J&F Investimentos.

O volume bilionário de oferta em curso na América Latina se soma ao fato que muitos investidores mais ativos ainda não retornaram para a região, o que torna a atração de recursos por companhias um pouco mais difícil.

Mesmo assim, o ano de 2017 deve superar a expectativa inicial dos bancos de investimentos para o volume de ofertas de ações, batendo 2010, quando foram lançados R$ 31,8 bilhões em operações.- Valor Econômico Jornalista: Carolina Mandl e Adriana Mattos Leia mais em portal.newsnet  28/09/2017

28 setembro 2017



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