19 janeiro 2018

PagSeguro: um novo unicórnio brasileiro a caminho

Se conseguir realizar o seu IPO nos Estados Unidos, a empresa brasileira do grupo de internet UOL conseguirá atingir um valor de mercado que pode variar entre US$ 5,4 bilhões e US$ 6,3 bilhões
PagSeguro: um novo unicórnio brasileiro a caminho

O PagSeguro prepara-se para abrir o capital na Bolsa de Nova York (Nyse) no dia 23 de janeiro deste ano. Se conseguir realizar o seu IPO (da sigla Initial Public Offering), a empresa brasileira do grupo de internet UOL conseguirá atingir um valor de mercado que pode variar entre US$ 5,4 bilhões e US$ 6,3 bilhões, considerando a faixa de preço das ações entre US$ 20,50 e US$ 17,50.

Será, em um período de menos um mês, a segunda “startup” brasileira a ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão, o que a transforma em um unicórnio, termo usado pelos executivos de fundos de venture capital para se referir a uma empresa bilionária.

No começo de janeiro, o aplicativo de transporte 99 foi comprado pela chinesa Didi Chuxing. Com a transação, a companhia fundada pelos empreendedores Paulo Veras, Ariel Lambrecht e Renato Freitas foi avaliada em US$ 1 bilhão.

Caso atinja essa capitalização, o PagSeguro terá um valor que representa um terço do da Cielo, no melhor cenário. No pior, será de 25%. A empresa do Bradesco e do Banco do Brasil era avaliada em US$ 20 bilhões na B3 (antiga BM&FBovespa).

Os desafios da empresa de pagamentos digital do UOL, no entanto, não são triviais. Ela tem a missão de competir com a Cielo e a Rede – está última pertencente ao Itaú Unibanco.

Mas um relatório do banco de investimento suíço UBS, publicado em outubro do ano passado, mostra que, ao que tudo indica, ela está se saindo bem nessa disputa.

Em uma pesquisa informal com 70 negócios da cidade de São Paulo, a maioria pequenas empresas, a UBS descobriu que Cielo e Rede estão perdendo participação para pequenas empresas, como o PagSeguro, Bin, Stone e SafraPay.

“Essa é uma evidência do crescimento da competição entre os adquirentes, puxados pela questão regulatória, que acaba com as redes exclusivas de cartões”, diz um trecho do relatório.

Mais: o levantamento com 70 varejistas indicou que o PagSeguro já é o terceiro preferido entre as empresas pesquisadas, atrás apenas de Cielo e Rede.

O PagSeguro, segundo o prospecto de abertura de capital, conta com quase 2,5 milhões de clientes ativos. Nos nove primeiros meses deste ano, processou 24,8 bilhões de reais de transações. O faturamento, no mesmo período, foi de 1,7 bilhão de reais. O lucro atingiu R$ 290 milhões.

A estratégia do PagSeguro foi criar um modelo de negócio, a partir de 2013, que se diferenciou de seus principais concorrentes. Em vez de cobrar um aluguel mensal da máquina de transações, passou a vender sua própria solução, batizada de “moderninha”, por um preço acessível.

Dessa forma, o PagSeguro conseguiu atingir um grande contingente de pequenos comerciantes e profissionais liberais que ficavam de fora desse mercado pela questão de custos e que não eram alvo de Cielo e Rede.

Com a abertura de capital, o PagSeguro pode captar até US$ 1,9 bilhão na Nyse. Uma parte desse dinheiro deverá ser utilizada em aquisições seletivas de negócios, tecnologias ou produtos complementares. Os recursos poderão ainda ser usados para financiar seu capital de giro ou para outro uso corporativo, segundo o prospecto.

Quando surgiu, o PagSeguro queria ser um concorrente do Paypal. Hoje, sua briga é com peixes graúdos. É exatamente aí que reside o maior risco para quem pretende investir na empresa. Leia mais em istoedinehrio 16/01/2018

19 janeiro 2018



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