24 janeiro 2018

Dólar despenca quase 2,5% e volta a R$3,15 com mercado apostando mais em derrota de Lula

O dólar despencou quase 2,5 por cento, indo ao patamar de 3,15 reais nesta quarta-feira, com os investidores apostando mais pesado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está mais longe da corrida presidencial deste ano após sua condenação por crime de corrupção e lavagem de dinheiro em julgamento na segunda instância.

O dólar recuou 2,44 por cento, a 3,1590 reais na venda, menor patamar desde 13 de outubro passado (3,1491 reais) e maior queda de fechamento desde a queda de 3,89 por cento em 19 de maio, um dia depois do salto de mais de 8 por cento da moeda norte-americana por conta das denúncias de executivos do grupo J&F contra o presidente Michel Temer.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,1521 reais. A decisão final do julgamento só saiu após o fechamento do mercado cambial à vista, o que fez o dólar futuro ampliar a queda para quase 3 por cento.

"O dólar deve se manter abaixo de 3,20 reais, mas não tem espaço para cair muito porque estamos num ano eleitoral", afirmou o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.

O desembargador João Gebran Neto, relator de recurso do ex-presidente no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), votou para aumentar a pena de condenação do petista no julgamento do recurso em ação que envolve um apartamento tríplex do Guarujá (SP), tendo o voto acompanhado pelo seu colega, desembargador Leandro Paulsen.

Com isso, já havia maioria dentro do Tribunal para a condenação de Lula. A unanimidade somente saiu pouco antes das 18:00, com o voto do terceiro desembargador, Victor Luiz dos Santos Laus. O placar agradava aos mercados financeiros porque entendem que o ex-presidente terá mais dificuldade para continuar na corrida eleitoral.

Lula, que já anunciou a intenção de ser novamente candidato à Presidência da República em outubro e lidera as pesquisas de intenção de voto, pode ficar inelegível se tiver a condenação confirmada. Há recursos jurídicos que o petista, visto pelos mercados financeiros como menos comprometido com ajustes fiscais, pode adotar, mas o placar unânime na segunda instância coloca mais obstáculos.

Especialistas ouvidos pela Reuters já haviam dito que poderia haver ajustes nos preços dos ativos brasileiros no caso de uma decisão como essa, em meio ao cenário externo mais benigno.

O Credit Default Swaps do Brasil também recuava neste pregão e rondava o patamar de 145 pontos básicos, abaixo do nível de 155 pontos na véspera.

Nesta sessão, o comportamento do dólar no exterior também ajudou o mercado local. A moeda norte-americana caía cerca de 1 por cento ante uma cesta de moedas, para as mínimas de três anos, após o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, dizer que via com bons olhos a fraqueza da moeda de seu país. Por Claudia Violante (Reuters) -  Leia mais em dci 24/01/2018

24 janeiro 2018



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