30 janeiro 2018

"99 é o primeiro de vários unicórnios que vêm por aí"

Para Eric Acher, CEO da Monashees, o empreendedorismo brasileiro está em um caminho promissor

O ano começou com uma notícia muito positiva para investidores e empreendedores brasileiros. O aplicativo de transporte 99 tornou-se a primeira startup nacional a alcançar um valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. Ou seja, virou um "unicórnio". Mas não será o único. Para Eric Acher, CEO da Monashees, um dos fundos que investiu na 99, a empresa é a primeira de "várias".

Nesta terça-feira (30/01), Acher participou do Latin America Investment Conference, promovido pelo Credit Suisse, em São Paulo. "Depois que aconteceu esse grande evento da 99, as pessoas ligaram para a gente para parabenizar. Fica parecendo que aconteceu da noite para o dia, mas não foi assim", destacou o investidor. Segundo ele, trata-se do resultado de anos de trabalho.

Ainda assim, segundo Acher, Estados Unidos e Israel demoraram mais para chegar a essa marca. No Brasil, o mercado de venture capital começou fortemente apenas em 2010, ele explica. Isto é, foram sete anos até termos o primeiro unicórnio. "Estamos num caminho muito promissor. (...) Vejo com muito bons olhos o que está acontecendo no Brasil."

Ele defende que a Monashees foi o primeiro fundo a aplicar no País a filosofia do Vale do Silício. "Fomos o primeiro fundo que chegou para investir nos empreendedores com paciência, pensando em termos amigáveis", afirma.

Questionado sobre o que o fundo olha na hora de investir em uma empresa novata, Acher disse que a equipe é o primeiro, segundo e terceiro pilar. "Time, time e time. O mais importante critério são os empreendedores." Isso porque, no estágio inicial, é fundamental investir em uma equipe pronta para se adaptar às possíveis mudanças pelas quais a startup vai passar.

Tamanho de mercado também é outro critério importante. "Você não vai criar uma empresa grande num mercado pequeno", afirmou. E não é só: "Simplesmente clonar um negócio e colar em uma nova geografia nem sempre vai dar certo."

Em termos de empreendedorismo, os maiores desafios no Brasil são dois, de acordo com Acher. O primeiro é a escassez de talento técnico. "Para ficarem grandes, as empresas precisam de talento técnico." O outro é o acesso a capital para crescimento. Ambos começaram a mudar, segundo ele. "Acho que o futuro do Brasil é brilhante apesar das dificuldades." Leia mais em epocanegocios 30/01/2018

30 janeiro 2018



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