06 dezembro 2017

Quatro grupos se articulam para disputar gasoduto TAG

Cerca de uma semana antes da entrega das propostas não vinculantes para aquisição do gasoduto Transportadora Associada de Gás (TAG), controlado pela Petrobras, ao menos quatro consórcios se articulam para disputar o ativo. Esses grupos devem ser liderados por Mubadala, Engie, Pátria Investimentos e Macquarie.

Cada um desses líderes tem mantido conversas com outras empresas e investidores, já que o valor a ser pago pelo gasoduto é alto demais para ser financiado individualmente. No ano passado, a Petrobras vendeu o gasoduto Nova Transportadora do Sudeste (NTS), que também pertencia à TAG, para a Brookfield por US$ 5,08 bilhões.

Agora a Petrobras colocou à venda 90% da Nova Transportadora do Nordeste (NTN), que faz o transporte e a armazenagem de gás natural nas regiões Norte e Nordeste do país, com 3 mil km de extensão. A expectativa é que essa alienação, bastante importante para o programa de desinvestimentos da Petrobras, pelo menos atinja a cifra da NTS.

A estatal conta com essa venda para cumprir a meta de desinvestimento de US$ 21 bilhões para o biênio 2017-2018. O IPO da BR Distribuidora, a ser concluído na semana que vem, também é uma peça importante desse plano.

A avaliação de potenciais compradores é que a NTN ofereça um retorno menor do que a NTS, mas ainda elevado. “Muitos investidores que ficaram de fora da disputa por NTN se surpreenderam com o retorno que a Brookfield está obtendo e agora devem entrar”, diz uma pessoa próxima à Petrobras. Outra fonte diz que neste primeiro momento a NTN está dando um retorno ainda maior que o esperado porque os investimentos estão abaixo do previsto na modelagem.

Entre as parcerias consideradas como prováveis é a do Mubadala, empresa de investimentos de Abu Dhabi, com a EIG Global Energy Partners. Ambos já são sócios na Prumo, antiga LLX, criada por Eike Batista.

Outro consórcio pode se formar entre o Pátria e a gestora americana de fundos de private equity Blackstone. Ambos já são sócios desde 2010, quando a Blackstone comprou 40% da firma brasileira. O Pátria ainda pode chamar para participar do consórcio investidores de seus fundos. Neste caso, eles co-investiriam com a gestora brasileira. Um pré-requisito do Pátria, porém, é que ele fique à frente do comando do investimento a ser feito.

Já com experiência na atividade de gasodutos, a australiana Macquaire, que tem US$ 370 bilhões sob gestão e é uma das maiores operadoras de gás natural dos Estados Unidos, deve liderar um dos consórcios e atrair parceiros.

Procurada, a geradora de energia Engie afirmou que “tem interesse na cadeia de valor do gás natural no Brasil e observa, com atenção, todas as oportunidades nesse segmento de mercado, inclusive a mencionada [TAG]”.

Entre os investidores que devem se unir a um desses quatro consórcios estão a Itaúsa e a Cambuhy, gestora de recursos que tem como um de seus sócios o banqueiro Pedro Moreira Salles. A Itaúsa, holding de investimento das famílias Setubal e Villela, ligadas ao Itaú Unibanco, já investiu no NTS no ano passado, junto com a Brookfield, e tem sido assediada pelos consórcios. O mesmo acontece com a Cambuhy, que tem entre seus investimentos a Eneva, produtora de gás. Até agora, porém, não está claro a quem ambos podem se unir.

A Brookfield não deve entrar na disputa desta vez como líder de consórcio, embora ainda exista uma chance de participação minoritária, segundo uma fonte.

O processo de venda do gasoduto é coordenado pelo banco Santander. As propostas devem ser entregues na semana que vem, depois de a Petrobras adiar o cronograma inicial da venda em cerca de duas semanas.

Mubadala, Pátria, Itaúsa, Cambuhy e Macquire informaram que não comentariam o assunto. A Petrobras e a Brookfield não se manifestaram sobre o pedido de informações até o fechamento desta reportagem. Fonte:Guia Offshore LEIA mais em portal.newsnet 06/12/2017

06 dezembro 2017



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