15 dezembro 2017

Moody's e Fitch fazem alerta sobre Previdência

As agências de classificação de risco de crédito Moody's e Fitch fizeram ontem alerta sobre o impacto negativo do adiamento da reforma da Previdência no rating do país. Para a Moody's, o adiamento da votação é um fator de crédito negativo e indica falta de apoio político para a proposta. "Isso aumenta a possibilidade de que a reforma não seja aprovada no ano que vem, dada a incerteza em torno das eleições presidenciais", disse a vice-presidente e analista sênior da agência, Samar Maziad, em comentário enviado ao Valor.

Segundo a Moody's, o adiamento fortalece as preocupações sobre a capacidade do governo para cumprir o teto de gastos e "endereçar efetivamente as tendências fiscais adversas que têm gerado uma persistente deterioração do perfil de crédito do país nos últimos anos". Atualmente a Moody's atribui rating "Ba2" ao Brasil, com perspectiva estável. Em outubro, o vice-presidente de créditos soberanos da agência para a América Latina, Mauro Leos, disse que a reforma da Previdência é fundamental para o país e, se ficar claro que ela não vai acontecer, será "fácil" tomar uma decisão sobre o rating.

Já a Fitch Ratings afirmou que o atraso na aprovação da reforma da Previdência enfatiza os riscos negativos incorporados à perspectiva negativa atribuída ao rating soberano do país, hoje em "BB". Para a Fitch, a "janela de oportunidade" para uma reforma significativa antes do ciclo eleitoral de 2018 está se reduzindo. "Outros atrasos ou diluição [da reforma] representam riscos para a viabilidade do limite de gastos e estabilização da dívida no médio prazo, bem como riscos potenciais para a confiança do mercado no processo de recuperação em curso no curto prazo".

Na semana passada, o líder analítico mundial de ratings soberanos da S&P Global Ratings, Moritz Kraemer, disse em entrevista ao Valor que o país pode ser rebaixado se não avançar a reforma da Previdência. "Se não der em nada, se não tiver nenhuma reforma significativa, poderíamos considerar como uma indicação negativa", disse ele. Valor Econômico - Leia mais em abinee.15/12/2017


15 dezembro 2017



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