08 novembro 2017

Eletrobras deve incorporar bilhões em dívidas para vender distribuidoras

Para assumir os passivos, a estatal poderá ficar com uma fatia de 30% das empresas que irão ser privatizadas inicialmente até abril; todo o processo poderá terminar em meados do ano que vem
 União quer reduzir participação na elétrica de 60% para 40%, podendo recuar um pouco mais no futuro

União quer reduzir participação na elétrica de 60% para 40%, podendo recuar um pouco mais no futuro
Foto: Estadão conteúdo
São Paulo - Para seguir adiante no processo de privatização, a Eletrobras pretende assumir um passivo "bilionário" de suas distribuidoras, que devem ser postas à venda até abril do ano que vem, antes da companhia como um todo.

Assumir o alto passivo é uma das alternativas encontradas pelo governo para conseguir se desfazer destas operações da Eletrobras, que serão vendidas por um valor simbólico. Além das dívidas, da ordem de R$ 10 bilhões, segundo apurou o DCI, outra razão é a baixa atratividade das operações - em termos de retorno sobre o capital investido - a possíveis compradores, como os estrangeiros.

As distribuidoras estão localizadas nos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Roraima e Piauí, que têm baixa densidade e uma população com renda mais baixa, em comparação a outras áreas do País. Essas empresas da Eletrobras também enfrentam fortes prejuízos anuais, o que levou a estatal a optar, em 2016, por não renovar mais a concessão destas empresas e colocá-las à venda.

Dessa forma, a expectativa do governo é elevar a atratividade das áreas de geração e transmissão no leilão da Eletrobras, no processo de venda que deverá ser concluído até o meio do próximo ano.

Os projetos de privatização da estatal vão definir que a fatia do Executivo na empresa fique em 40%, ante os 60% atuais. No entanto, esses 40% poderão serão vendidos no futuro, quando a estatal estiver mais valorizada no mercado.

A privatização da Eletrobras deverá ser viabilizada por meio da emissão de novas ações, diluindo o governo a uma fatia minoritária. A expectativa é por uma arrecadação próxima a R$ 12 bilhões.

Para assumir o passivo de "bilhões", a Eletrobras poderá ficar com uma fatia de até 30% dessas distribuidoras no futuro, conforme modelo definido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem apoiado a privatização, informou ontem o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa, à Reuters. "Vai sair uma resolução do PPI [Programa de Parceria de Investimentos] e a partir daí o processo segue adiante. Já deve constar as condições que o BNDES estabeleceu para a venda das distribuidoras e as dívidas que a Eletrobras vai ter que transferir para a holding", explicou Pedrosa, que evitou citar os valores destes passivos, mas confirmou que estão "na casa dos vários bilhões (de reais)".

O presidente Michel Temer publicou ontem um decreto com regras para a privatização das distribuidoras de energia. O MME pretende incluir uma proposta para solucionar problemas relacionados ao risco hidrológico. A intenção é viabilizar investimentos privados para um fundo de amortecimento de variação de preços em situações como a atual, onde algumas regiões do País enfrentam seca. Rodrigo Petry e Agências Fonte dci Leia mais em gsnoticias 08/11/2017

08 novembro 2017



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