10 outubro 2017

Negociações de venda da Ímpar avançam

A família Bueno estará reunida em Londres no feriado de 12 de outubro para discutir a venda da rede de hospitais Ímpar, segundo o Valor apurou. A principal candidata a ficar com o ativo é a americana UnitedHealth que tem a preferência de compra e já é a controladora da Amil, operadora de planos de saúde fundada por Edson Bueno, que morreu em fevereiro.

A ex-mulher de Edson, Dulce Pugliesi e sua filha Camila moram em Londres, na Inglaterra, há cerca de três anos. Ainda segundo fontes, Dulce e Camila não têm interesse no negócio e preferem se desfazer do ativo. O segundo filho de Edson, Pedro Bueno, também vai participar do encontro. Pedro é presidente da Dasa, maior rede de laboratórios de medicina diagnóstico do país controlada pela família, mas esse ativo não está à venda.

Ainda de acordo com fontes, a Ímpar é avaliada entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões, mas a família Bueno deve pedir uma quantia maior - algo próximo aos múltiplos negociados pela Rede D'Or quando os fundos Caryle e GIC (fundo soberano de Cingapura) entraram no capital do grupo hospitalar concorrente. Por esse critério, a Ímpar é avaliada em quase R$ 10 bilhões.

A Ímpar tem a seu favor ser um dos únicos grupos independentes de hospitais com marcas reconhecidas no mercado. A rede é formada por seis hospitais: 9 de Julho e Santa Paula (SP), São Lucas e Complexo Hospitalar Niterói (RJ), Hospital Brasília e Maternidade Brasília (DF). A Ímpar deve terminar o ano com faturamento de R$ 2,5 bilhões, o que representa uma alta de 15% em relação a 2016.

Nos últimos três anos, a Ímpar recebeu investimento de R$ 1 bilhão em reestruturação. Segundo fontes, o próprio Edson Bueno tinha planos de vender a rede hospitalar, mas sua prioridade na época era organizar o negócio e depois vender. O ativo ganhou relevância após a aprovação da lei que permite entrada de capital estrangeiro em hospitais nacionais em janeiro de 2015. Desde então, investidores de outros países vêm procurando esse tipo de ativo, mas é raro encontrar grupos já consolidados como a Ímpar.

Paralelamente, um outro negócio envolvendo a família Bueno e a UnitedHealth pode estar em curso. Trata-se da venda de uma participação de 10% da Amil que ainda está nas mãos dos Bueno. O grupo americano adquiriu 90% da operadora de planos de saúde em 2012 e deixou a fatia residual com a família por um período de cinco anos em caso de surgimento de alguma contingência. Esse prazo de opção de compra começa a valer este mês, mas a United pode exercê-la até 2020, segundo fontes.

Procurada pela reportagem, a família Bueno informou que não comenta rumores de mercado. Fonte: Valor Econômico  Autor: Beth Koike Leia mais em tudofarma 10/10/2017

10 outubro 2017



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