19 setembro 2017

Somos Educação negocia venda de até 30% das escolas

A Somos Educação, controlada pela gestora de private equity Tarpon, está negociando com fundos a venda de uma fatia de até 30% do seu braço de negócio formado por colégios, como Anglo e pH, e pela escola de inglês Red Balloon. A transação pode movimentar entre R$ 540 milhões e R$ 720 milhões, que devem ser usados para expansão da companhia, segundo o Valor apurou.

Ainda de acordo com fontes, a Somos Educação deve anunciar em breve a aquisição de colégios, localizados em cidades em que o grupo ainda não tem presença, que juntos têm cerca de 5 mil alunos. Além disso, a companhia negocia um outro ativo no interior de São Paulo, com aproximadamente 9 mil estudantes. Com a concretização dessas aquisições, a base de alunos salta 48,2% para 43 mil matriculados nos colégios e cursinhos pré-vestibular.

No primeiro semestre, a divisão denominada Somos Escolas e Idiomas, a segunda mais importante dentro da companhia, registrou receita líquida de R$ 261 milhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 59 milhões.

A entrada de um novo sócio na divisão de colégios e escola de idiomas será feita por meio de um aumento de capital. O ativo está sendo negociado entre 15 e 20 vezes o valor do Ebitda. A operação já tem interessados como os fundos Carlyle, Capital, Temasek (fundo soberano de Cingapura) e CPPIB (fundo de pensão do Canadá), entre outros que participaram de um processo semelhante com o Grupo Eleva, cujo principal acionista individual é o empresário Jorge Paulo Lemann.

Na metade do ano, o Eleva vendeu 25% do capital por R$ 300 milhões, o equivalente a 16 vezes o Ebitda, para a gestora de private equity Warburg Pincus. Na época, houve um aumento de capital com a saída de alguns sócios que não estavam no dia a dia do Eleva. Já no caso da Somos, os acionistas controladores - a Tarpon que detém 74,78% do capital e o GIC (fundo soberano de Cingapura) com 18,46% da companhia - permanecem.

A Somos Educação é dona de colégios com marcas reconhecidas em suas praças de atuação e com alto índice de aprovação em importantes vestibulares - indicador relevante na precificação dos ativos nesse mercado de educação básica. No ano passado, metade das vagas nos cursos de medicina, direito e engenharia da computação da Universidade de São Paulo (USP) foi ocupada por alunos que fizeram cursinho no Anglo. Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os primeiros colocados nos vestibulares de medicina, biomedicina e direito passaram pelo cursinho preparatório pH, de acordo com apresentação institucional da companhia.

Segundo fontes, outro ponto que tem atraído os investidores nessa operação é a liquidez. O novo sócio poderá vender seus papéis na bolsa convertendo em ações da Somos, uma vez que a companhia já é listada.

O interesse dos investidores pelo mercado de educação básica é crescente. Trata-se de um segmento ainda muito pulverizado, resiliente a crises e com tíquete médio elevado. No ano passado, as escolas particulares movimentaram R$ 67 bilhões, ante uma receita líquida de R$ 55 bilhões das faculdades, segundo a consultoria Hoper.

Atualmente, 82% dos alunos estudam na rede pública, mas a expectativa de especialistas do setor é que com a retomada da economia haja uma migração para as escolas privadas.

Segundo a Bain Company, há cerca de 37 mil escolas particulares no país, mas apenas 24,5 mil podem ser adquiridas, uma vez que as demais são instituições sem fins lucrativos. Um ponto que chama atenção nesse mercado é que somente 49 escolas possuem mais de 2 mil alunos, o que dificulta um processo rápido de consolidação. Os maiores grupos privados de educação básica em número de alunos são SEB (48 mil), Eleva (40 mil), Somos Educação (29 mil) e Positivo (12 mil).
Fonte: Portal Valor Leia mais em cmconsultoria 19/09/2017 

19 setembro 2017



0 comentários: