04 setembro 2017

FUSÕES E AQUISIÇÕES: 61 TRANSAÇÕES REALIZADAS EM AGOSTO/17

   Volume estável de negócios  realizados em agosto/17, no mercado brasileiro de fusões & aquisições, e queda no montantes dos investimentos.
    No mês foram realizadas 61 transações representando uma queda de 1,6%, e um montante de investimentos de R$ 10,1 bilhões - redução de 70,5%, comparativamente ao mês anterior .
    O volume de transações nos primeiros oito meses do ano, no total de 512,  registrou um crescimento de 8,2%. Em relação  ao valor total dos negócios verificou-se um crescimento de 8,3%, com o montante estimado de  R$ 139,2 bilhões.
    No gráfico do acumulado dos doze meses sinaliza uma ligeira queda, de 0,5% do número de transações, com  824 operações.
    Vale notar que o valor médio das transações nos primeiros oito meses do ano manteve-se igual ao do mesmo periodo do ano passado, R$ 272 milhões.
Operações de pequeno porte apresentaram queda de 3,1%, no ano -  até R$ 49,9 milhões -   representam 55,5% do total  e 2,7% do valor.
  No topo da pirâmide foram apuradas 2 transações neste mês, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 3,3% do número de operações e  6,3% no acumulado do ano,  respondendo por 61,6% dos montantes envolvidos.
  Somente 2 operações responderam por 55,3% do montante: um  desinvestimento e uma capitalização para listagem em bolsa americana - Odebrecht vende usina no Peru e Boulevard Acquisition Corp. se associando à Estre Ambiental, respectivamente.
    Os setores de TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI), OUTROS e COMPANHIAS ENERGÉTICAS  foram os mais ativos no mês de agosto.
   O maior apetite no mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 42 operações (68,9%), no montante de R$ 6,7 bilhões.
   Os Financeiros realizaram 19 operações no mês, no montante  R$ 3,4 bilhões.
  Investidores Nacionais com maior apetite no volume de transações, responderam no mês por 35 operações - 57,4%,  e por 21,7 % dos investimentos.
   Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 26 operações no montante de R$ 7,9 bilhões.
   Por país, os EUA, com 13 operações,  foi o maior investidor no mês de agosto.  O 2º lugar ficou a França.
  Maior transação do mês  -   A maior transação em agosto/17, foi a da Odebrecht vendendo usina no Peru para o consórcio liderado pela China Three Gorges. O negócio é avaliado em US$ 1,39 bilhão (o equivalente a R$ 4,4 bilhões).
  Quanto às Percepções de Mercado, merece destacar: (i) Sinais de recuperação se disseminam pela economia. Nas últimas semanas, a economia colheu vários indicadores que apontaram para o início de um processo de recuperação, após quase três anos seguidos de retração. (ii)   Os investidores estrangeiros estão, aos poucos, voltando a olhar o Brasil com interesse, depois de terem deixado o País por causa da crise econômica. A presença deles quase dobrou nas operações de abertura de capital e emissões de ações na Bolsa de Valores no primeiro semestre; os estrangeiros também tiveram participação relevante, de 44%, na compra de empresas e fusões de companhias - dois dos principais termômetros para medir o apetite dos investidores. (iii) Brasil deve voltar ao radar das empresas de Private Equity que buscam expansão em mercados emergentes .. o Brasil está no caminho da estabilização e se tornando atrativo para empresas de Private Equity (PE) que querem se diversificar em mercados emergentes. (iv)  Privatização pode gerar investimento de R$ 44 bi. O governo anunciou ontem um pacote de privatizações com previsão de investimentos de R$ 44 bilhões ao longo dos anos de concessão de 57 empreendimentos a serem leiloados até o fim de 2018.

Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de AGOSTO de 2017.

ANÁLISE DO MÊS

Setores mais ativos - Os 5 setores mais ativos responderam por 68,9% do total das operações e 64,2% do valor total dos investimentos.


Queda de 1,6% do número de operacões  em relação ao mês anterior. Foram divulgadas com destaque pela imprensa neste mês 61 transações em 16 setores da economia brasileira, registrando uma queda de  1,6% em relação ao mês anterior ( 62 operações).  Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior verificou-se uma redução de 6,2%.


Evolução nos últimos 5 anos  - No acumulado dos primeiros oito meses de 2017, apuradas 512operações, registra-se um crescimento  de 8,2% se confrontado com igual período de 2016,  quando foram realizadas 473 operações.


Maiores apetites x maiores quedas.  Setores mais representativos. No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros oito meses de 2017, além de TI, destacam-se OUTROS e COMPANHIAS ENERGÉTICAS ;

No acumulado do ano até ago/17, o segmento com maior crescimento no número de transações em relação o mesmo período do ano passado foi   COMPANHIAS ENERGÉTICAS, com um aumento de 43 operações, seguido por TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.
O crescimento significativo de  COMPANHIAS ENERGÉTICAS, decorre do leilão de concessões para construção de novas linhas de transmissão de energia realizado pelo governo, em abril/17, que atraiu forte interesse de investidores, que arremataram 31 lotes no montante de R$ 12,7 bilhões.

Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações no acumulado do ano até ago/17, em relação ao mesmo período de 2016, foram MINERAÇÃO - redução de 17 operações; PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS e SERVIÇOS PARA EMPRESAS

O volume acumulado de transações dos últimos doze meses sinaliza ligeira queda - O mês sinaliza uma queda de 0,5% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses -  agosto de 2017, com  824 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior.
No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações,  incluindo prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos.


Crescimento expressivo de operações de porte superior a R$ 50 milhões. Operações de porte até R$ 50 milhões apresentaram queda de 3,1%, nos primeiros oito meses  do ano. Por sua vez, as transações de porte superior a R$ 50 milhões apresentaram crescimento de 26,7%
Nos últimos três anos as operações de pequeno porte - até R$ 49,9 milhões - são a maioria, mas em queda contínua.
O maior crescimento do número de transações foi  do  porte de R$ 500 milhões até R$ 1,0 bilhão, com 33,3%, comparativamente ao mesmo período do ano anterior. Por sua vez, as transações de grande porte, maiores de R$ 1,0 bilhão, apresentaram crescimento de 10,3%.


Porte das transações no mês: 70% das transações são do porte de até R$ 50 milhões - Das 61 transações apuradas no mês,  43  são de porte até R$ 49,9 milhões -  70,5% do total e responderam por 5,6% do seu valor.
No acumulado do ano de 2017, para este mesmo porte de operações, registraram-se 284 transações representando 55,5% do total  e 2,7% do valor.
No topo da pirâmide foram apuradas 2 transações neste mês, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 3,3% do número de operações e responderam por  55,3%   do valor das transações.


Nos primeiros oito meses de 2017,  as operações acima de um bilhão de reais, representaram 6,3% das operações - topo da pirâmide (32),  respondem por 61,6% dos montantes envolvidos.
Queda de 70,5% do montante dos investimentos em relação ao mês anterior.  Quanto aos montantes dos negócios realizados em agosto de 2017, estima-se o total de R$ 10,1 bilhões, representando uma queda  de  70,5%  em relação ao mês anterior - considerando Valores Divulgados (88,6%)  e Não Divulgados/Estimados (11,4%). Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior a queda foi de 56,6%
Somente 2 operações responderam por 55,3% do montante: um  desinvestimento e uma capitalização para listagem em bolsa americana - Odebrecht vende usina no Peru e Boulevard Acquisition Corp. se associando à Estre Ambiental, respectivamente.


Crescimento de 8,3% dos investimentos nos primeiro oito meses do ano. O valor total dos negócios nos primeiros oito meses de 2017, alcançou R$ 139,2 bilhões, representando um crescimento de 8,3%  em relação ao mesmo período do ano anterior. Destaques para o crescimento de 42,3% dos investimentos nas transações de  porte de R$ 500 milhões até R$ 1,0 bilhão,  e da queda de 2,6% para os investimentos de porte superior a R$ 1,0 bilhão.


Valor médio das transações no acumulado do ano  manteve-se igual ao do ano passado. O valor médio das transações realizadas neste ano alcançou R$ 272,0 milhões, contra R$ 271,8 milhões no mesmo período de 2016, representando um crescimento de 0,1%.


Investidores estratégicos predominam no volume e montante das operações - O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 42 operações (68,9%), e responderam por 66,4%  dos montantes investidos.
No acumulado do ano, os estratégicos, com 365 operações responderam por 71,3% dos negócios e 75,4%   dos investimentos.


Os Financeiros realizaram 19 operações no mês de agosto, no montante  R$ 3,39 bilhões.  
No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram  147 operações, 28,7% dos negócios e 24,6%   dos investimentos.


Investidores Nacionais com maior apetite no volume de transações. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 35 operações - 57,4%, no mês e por 221,7% dos investimentos.
No acumulado do ano, os investidores nacionais foram responsáveis por 323 operações - 63,1% - e investimento da ordem de R$ 68,4 bilhões, o equivalente a 49,1%.


Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 26 operações no montante de R$ 7,9 bilhões. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês de agosto 26 operações - 42,6%, e foram responsáveis por 78,3% dos investimentos, no montante de R$ 7,9 bilhões.
No acumulado do ano, os Estrangeiro investiram cerca de R$ 70,9 bilhões (50,9%) , em 189 operações (36,9%).
Por país, os EUA, com 13 operações*,  foi o maior investidor no mês de agosto, representando 50,0% dos investidores e 33,9% investimentos estrangeiros.  O 2º lugar coube a França com 3 negócios. (*corrigido em 05/09/17)
Maior transação do mês  -  A maior transação em agosto/17, foi a da Odebrecht vendendo usina no Peru para o consórcio liderado pela China Three Gorges. O negócio é avaliado em US$ 1,39 bilhão (o equivalente a R$ 4,4 bilhões). 25/08/2017
IPO’s
Em agosto não foram registradas novas aberturas de capital. No ano já foram realizados 7 IPOs, no montante de R$ 12,8 bilhões

“PERCEPÇÕES” DO MERCADO - notícias que se destacaram:  (i) Sinais de recuperação se disseminam pela economia. Nas últimas semanas, a economia colheu vários indicadores que apontaram para o início de um processo de recuperação, após quase três anos seguidos de retração. O indicador que consolidou os sinais positivos foi o IBC-Br, chamado de a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Banco Central, que subiu 0,5% em junho em comparação com maio, acumulando 0,25% no segundo trimestre, menos do que o 1,2% dos primeiros três meses do ano.  O diagnóstico mais generalizado é que o consumo das famílias deve puxar o crescimento do PIB neste ano. A melhora das condições financeiras por causa da queda da inflação, da redução dos juros do crédito e do saque do FGTS, e o pequeno aumento da população ocupada, ainda que no mercado informal, estimulam as famílias a voltar às compras. 22/08/2017 (ii)  Estrangeiros voltam a investir no País. Os investidores estrangeiros estão, aos poucos, voltando a olhar o Brasil com interesse, depois de terem deixado o País por causa da crise econômica. O movimento é cauteloso - uma vez que a incerteza política ainda não foi embora - mas já aparece de forma mais clara na economia. A presença deles quase dobrou nas operações de abertura de capital e emissões de ações na Bolsa de Valores no primeiro semestre; os estrangeiros também tiveram participação relevante, de 44%, na compra de empresas e fusões de companhias - dois dos principais termômetros para medir o apetite dos investidores. Esse retorno que começa a se desenhar é explicado, em parte, pela recuperação de indicadores econômicos: tanto a inflação quanto a taxa básica de juros estão em queda. 13/08/2017 (iii) Brasil deve voltar ao radar das empresas de Private Equity que buscam expansão em mercados emergentes Depois de passar por um período de um grande boom de crescimento e, logo na sequência, de dois anos de correção econômica, o Brasil está no caminho da estabilização e se tornando atrativo para empresas de Private Equity (PE) que querem se diversificar em mercados emergentes. A recuperação contínua, as reformas pró-negócios e o crescimento em indústrias-chave estão criando uma clara oportunidade para empresas de PE. Essas conclusões são apresentadas peloThe Boston Consulting Group (BCG)  07/08/2017 (iv) Privatização pode gerar investimento de R$ 44 bi. O governo anunciou ontem um pacote de privatizações com previsão de investimentos de R$ 44 bilhões ao longo dos anos de concessão de 57 empreendimentos a serem leiloados até o fim de 2018. O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) confirmou a concessão de 14 aeroportos, inclusive o de Congonhas (SP), administrado pela Infraero, e a alienação da participação acionária da estatal nas concessionárias dos terminais de Brasília (DF), Confins (MG), Galeão (RJ) e Guarulhos (SP), dos quais detém 49%. Também aprovou a inclusão, no Programa Nacional de Desestatização (PND), da Casa da Moeda e da Eletrobras.24/08/2017’'

SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS - FUSÕES E AQUISIÇÕES
A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e/ou  postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. e podem ser localizadas nos endereços abaixo.

DESTAQUES DA:
DESTAQUES DO MÊS ANTERIOR
M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.

04 setembro 2017



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