10 julho 2017

WH Group é favorito para compra da Moy Park

Empresa europeia integra o programa de desinvestimentos pelo qual a JBS espera levantar R$ 6 bilhões

O WH Group, da China, maior conglomerado do setor de carne suína do mundo e controlador da norte-americana Smithfield Foods, ganha terreno entre os interessados na aquisição da europeia Moy Park. A empresa integra o programa de desinvestimentos pelo qual a JBS espera levantar R$ 6 bilhões. A Moy Park é especializada em frangos e alimentos processados e foi adquirida da Marfrig em 2015 por US$ 1,5 bilhão. Com o negócio, o grupo chinês ampliaria a participação no mercado europeu e diversificaria a atuação no setor de proteína animal. A tecnologia de processamento de alimentos da Moy Park também é um atrativo ao conglomerado chinês. Em 2016, o WH Group obteve receita de US$ 21,5 bilhões e relatou lucro líquido de US$ 1,01 bilhão.

De quem é a culpa? Ainda dá pano pra manga a discussão sobre os abscessos na carne bovina recebida pelos EUA. O Ministério da Agricultura atribuiu o problema à aplicação incorreta da vacina contra aftosa. Já pecuaristas afirmam ter seguido os procedimentos. Para alguns, a causa está nos componentes do produto. Há também quem aponte o dedo para os frigoríficos. Missão do Brasil embarca no dia 13 para os EUA para tentar reverter o embargo.

Olho no olho. Funcionários da JBS têm se reunido com pecuaristas para dar explicações sobre a crise que envolve a empresa e tentar uma reaproximação. Muitos pararam de negociar com a JBS após ela decidir comprar gado só a prazo.

Chineses por aqui. O alto escalão do Ministério da Agricultura da China deve vir ao Brasil este mês. Na agenda, visita a unidades da Belagrícola, empresa de comercialização de grãos e insumos no Paraná, controlada pela chinesa Dakang. A empresa quer captar US$ 300 milhões para investir no crescimento de suas plataformas no País. A expectativa é de que o próprio ministro chinês, Han Changfu, participe da missão.

Oportunidade. Foi o ministro Blairo Maggi que fez o convite a Changfu, quando esteve na China. Será uma oportunidade de esclarecer imbróglios relacionados à carne brasileira, que teve sua imagem arranhada depois da Operação Carne Fraca e da suspensão imposta pelos EUA. A China é um dos principais compradores da proteína brasileira.

Não ao diesel. O grupo sucroenergético São Martinho negocia com a GasBrasiliano um contrato de fornecimento de gás natural veicular (GNV) para uso em seus utilitários, atualmente movidos a diesel. À coluna, as companhias confirmaram o projeto e disseram que vão se pronunciar “quando as informações a respeito da iniciativa estiverem formalmente definidas”.

CRA na mira. A fabricante suíça de sementes e defensivos Syngenta avalia emitir nos próximos meses Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) em valor superior ao emitido em dezembro passado, de R$ 135 milhões. O gerente de Crédito no Brasil da Syngenta, Leandro Serau Colombo, disse à coluna que o montante deve financiar produtores e comerciantes na aquisição de sementes e defensivos.

Pouco dinheiro. A Syngenta também pode aumentar o montante empregado em operações de barter, em que a empresa fornece insumos e recebe pagamento em grãos. Colombo diz que os recursos do Plano Safra 2017/2018 “são insuficientes para atender à demanda”. Na safra anterior, a Syngenta financiou R$ 1 bilhão em insumos por barter, 17% dos R$ 6,16 bilhões faturados em vendas de produtos.

Mais grãos. Com os preços em queda, produtor precisará de mais sacas de soja e de milho para pagar o plantio na safra 2017/2018. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada estima que no Paraná o desembolso será de 173 sacas de milho para pagar um hectare. Em 2016 esse custo era de 109 sacas/hectare. Em Mato Grosso, o custo médio de um hectare de soja equivale a 46,3 sacas da oleaginosa, quando em 2016 correspondia a 38,3 sacas.

Frete dispara. O custo do transporte de grãos do Paraná e de Mato Grosso do Sul até o porto de Paranaguá (PR) disparou. “A oferta de caminhão é insuficiente para atender à demanda”, diz Marcelo Santana, representante da cooperativa Coamo, de Campo Mourão (PR). Segundo ele, o pico do frete deve ser atingido nos próximos 20 dias, ficando entre 35% e 40% mais caro do que na entressafra.

Apex e o agro. A Apex-Brasil vai criar uma gerência específica para levar adiante o Programa de Acesso a Mercados do Agronegócio Brasileiro (PAM-Agro). O presidente da Apex, embaixador Roberto Jaguaribe, se reuniu com representantes do setor e afinou a proposta de melhorar a imagem do agronegócio do País no exterior.   Broadcast Agro, O Estado de S.Paulo leia mais em estadão 10/07/2017 

10 julho 2017



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