03 fevereiro 2017

Engevix espera fechar venda da hidrelétrica São Roque em 4 meses

Investigada por autoridades na Operação Lava Jato, a empresa já vendeu parte de seus ativos no setor elétrico para a norueguesa Statkraft em 2015

A empreiteira Engevix tem negociado com possíveis interessados a venda da hidrelétrica São Roque, em Santa Catarina, cujas obras estão paradas desde março do ano passado devido a dificuldades financeiras, disse a companhia à Reuters, estimando que o negócio pode ser fechado em cerca de quatro meses.

Investigada por autoridades na Operação Lava Jato, que apura um enorme escândalo de corrupção entre empresas privadas, estatais e políticos no Brasil, a Engevix já vendeu parte de seus ativos no setor elétrico para a norueguesa Statkraft em 2015, mas na época a usina catarinense ficou de fora da transação.

Outras empreiteiras envolvidas nas investigações de corrupção, como Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Odebrecht, também já anunciaram a venda de ativos em energia para levantar caixa em meio ao baque financeiro sofrido desde que as acusações de irregularidades vieram à tona.

A Engevix disse, em nota, que atualmente estão em andamento conversas com possíveis investidores que incluem grupos brasileiros e estrangeiros.

A concessão da hidrelétrica São Roque foi arrematada pela empreiteira em leilão do governo federal em 2011, e a usina precisaria entrar em operação originalmente em 2016.

Com 135 megawatts, o empreendimento foi orçado na época em cerca de 700 milhões de reais.

“Há interessados em fase final da due dilligence e outros que ainda estão realizando suas análises. Como qualquer processo de aquisição de empresas, este também demanda seu tempo de maturação. Tem-se o prazo de quatro meses como expectativa de conclusão do negócio”, explicou a empresa.

A Engevix não citou valores envolvidos na negociação nem o nome dos interessados.

As obras da hidrelétrica São Roque começaram a ter o ritmo reduzido no início de 2016 devido à crise financeira da Engevix e pararam em março daquele ano, quando encontravam-se 80 por cento concluídas.

“A obra encontra-se em condições apropriadas para sua retomada imediata, tão logo o fluxo dos recursos financeiros tenha se normalizado”, afirmou a empresa.

Situação melhor

A Engevix disse que um atraso de um ano no início das obras devido à demora para a obtenção de autorizações ambientais impactou o plano de negócios da hidrelétrica São Roque.

Mas o prejuízo com o atraso tem sido reduzido porque a empresa conseguiu renegociar os contratos da usina que previam fornecimento em 2017, aproveitando que as distribuidoras de eletricidade do Brasil ficaram com excesso de energia contratada devido à crise econômica, que derrubou o consumo.

Com isso, a Engevix disse que o empreendimento voltou a ficar atraente para eventuais compradores.

“Iniciativas que estão sendo levadas a cabo em diversas frentes como, por exemplo, nas condições do financiamento e na renegociação dos prazos dos PPAs (contratos), estão recolocando o projeto em nível de rentabilidade confortável para investidores do setor elétrico”, disse a empresa. Reuters leia mais em exame 02/02/2017

03 fevereiro 2017



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