02 dezembro 2016

Odebrecht admite "práticas impróprias" e quer vender R$12 bi em ativos até meados de 2017

A Odebrecht admitiu nesta quinta-feira que participou de práticas empresariais impróprias e anunciou uma série de medidas destinadas a melhorar a governança e a manter a solidez financeira do grupo, um dos principais alvos do escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato.

"O que mais importa é que reconhecemos nosso envolvimento, fomos coniventes com tais práticas e não as combatemos como deveríamos", disse a maior empreiteira da América Latina em comunicado.

Mas o comunicado não mencionou a assinatura de um acordo de leniência com procuradores da Lava Jato, no qual o grupo aceitou pagar multa de 6,7 bilhões de reais, segundo publicou a Reuters, citando fonte ligada ao Ministério Público.

O acordo de leniência abre caminho para a assinatura de acordos de delação premiada com 77 executivos e funcionários da Odebrecht, incluindo o ex-presidente Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba e condenado a 19 anos e 4 meses de prisão em ação da Lava Jato.

No documento, intitulado "Desculpe, a Odebrecht errou", o grupo também anunciou um conjunto de compromissos de atuação futura, incluindo o de não tolerar corrupção e de ter pelo menos 20 por cento de membros independentes no conselho de administração.

No plano financeiro, a companhia informou que está executando um plano destinado a garantir sua solidez financeira, incluindo a venda de cerca de 12 bilhões de reais em ativos até meados de 2017. Desse total, já foi alienado o equivalente a 5 bilhões de reais.

O programa já envolveu a venda da fatia de 70 por cento na Odebrecht Ambiental, pelo equivalente a 878 milhões de dólares, em outubro; de 57 por cento da concessão rodoviária Rutas de Lima, no Peru; de 100 por cento da Concessionaria Trasvase Olmos e H2Olmos, de concessões de irrigação no Peru; e da Odebrecht Energias Alternativas.

Além disso, o grupo ainda negocia a venda de participação de 28,6 por cento na empresa de energia Santo Antônio Energia; de uma usina hidrelétrica e de um gasoduto no Peru; de participação em um bloco de petróleo em Angola; e das unidades de tratamento de águas industrias Cetrel, Ecosteel Gestão de Águas e Ecosteel Gestão de Efluentes Industriais.

Simultaneamente à reestruturação da unidade Odebrecht Agroindustrial, a Odebrecht Óleo e Gás negocia com detentores de títulos de sua subsidiária Odebrecht Offshore, afetados pela rescisão pela Petrobras, em 2015, de um unidade de perfuração para exploração de petróleo. Por Aluísio Alves Reuters Leia mais em dci 01/12/2016

02 dezembro 2016



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