20 outubro 2016

Por que venda da BR Distribuidora, da Petrobras, é tão atraente

Entre os ativos que a Petrobras busca vender, a rede é o ativo mais atraente e valioso, com 8.200 postos de serviços e mais de 1.200 lojas de conveniência

Maior rede de postos de gasolina do país, a BR Distribuidora está buscando interessados em se tornarem sócios da operação.

Entre os ativos que a Petrobras busca vender, a rede é o mais atraente e valioso. A operação, por metade do capital votante da empresa, pode alcançar de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões, e deverá ser concluída no primeiro semestre de 2017.

Com 8.200 postos de serviços e mais de 1.200 lojas de conveniência, a companhia está presente em todo o país. Não é à toa que tantas empresas estejam interessadas em adquirir uma participação na BR Distribuidora. A petroleira distribuiu mais de 90 prospectos a empresas para participarem da concorrência para a aquisição.

Segundo o Valor Econômico, o Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e a Itaúsa, controladora do Itaú, estão entre os que receberam as propostas, assim como Blackstone, Brookfield, GP, Advent e Carlyle.

A holding Itaúsa informou que não havia “qualquer decisão de investimento a ser comunicada”. O GPA disse que a informação não procede e que não recebeu a proposta e o Carrefour informa que “não recebeu a documentação citada e não possui interesse”.

Demonstraram interesse as Lojas Americanas e o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, da família fundadora dos postos Ipiranga.

Para Pedro Galdi, analista da Upside Investor Research, o aumento de interesse valoriza – e muito – as ações da BR. “É um ativo com valor diferenciado, que pode ajudar muito a Petrobras”, afirmou. De 2015 a 2016, a Petrobras ela se prontificou a se desfazer de US$ 15,1 bilhões em ativos e, até agora, já vendeu cerca de US$ 9,7 bilhões.

Proximidade no Brasil todo

Para as varejistas, o interesse está principalmente em estar mais perto do cliente, afirma Ana Paula Tozzi, presidente da consultoria GS&AGR . “Mais do que uma loja, a grande tendência do varejo é oferecer conveniência ao cliente, com lojas de bairro ou proximidades”, afirma ela.

Por isso, uma rede robusta de postos de gasolina com lojas de conveniência pode trazer ainda mais clientes para varejistas como a Lojas Americanas e impulsionar a sua capilaridade.

Além disso, O Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour já operam sua própria rede de postos. No caso do Carrefour, os postos funcionam como destino, explica a especialista. Os preços do combustível são agressivamente baixos para atrair clientes, que acabam fazendo compras no mercado ao lado.

No entanto, o investimento na BR Distribuidora é muito alto para qualquer varejista fechar o negócio sozinha. É aí que entrariam parceiros financeiros, conta Tozzi, como fundos como Blackstone e Brookfield.

O fundo canadense Brookfield inclusive comprou 90% da unidade de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS), da Petrobras, por aproximadamente US$ 5,2 bilhões.

A negociação ainda irá se desenrolar até o fim do ano. Entre parceiros financeiros ou varejistas, resta saber quem vencerá a concorrência pela joia da coroa da Petrobras.Por Karin Salomão  Leia mais em exame 20/10/2016


20 outubro 2016



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