03 agosto 2016

Cemig estuda venda de parte de fatia na Taesa, diz fonte

Funcionários da Cemig: estatal do setor elétrico, que busca reduzir dívidas por meio de vendas de ativos, pretende vender 6,5% de sua participação de 43,36% na companhia, disse a fonte

A Cemig avalia uma operação de venda de parte de suas ações na transmissora de energia Taesa, na qual é majoritária, para levantar cerca de 500 milhões de reais, informou à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

A estatal mineira do setor elétrico, que busca reduzir dívidas por meio de vendas de ativos, pretende vender 6,5 por cento de sua participação de 43,36 por cento na companhia, disse a fonte, na condição de anonimato.

Dessa forma, ainda continuaria como a principal acionista, seguida pela fundo Coliseu, que detém 22,14 por cento da Taesa.

A fatia na Taesa a ser ofertada faz parte de um grupo de ações que a Cemig desvinculou recentemente do bloco de controle da transmissora.

"Esse processo deve acontecer nas próximas semanas, entre um e dois meses... isso é o que ela tem em mente agora, mas se precisar vender mais, tem liquidez... tem bastante comprador, a Taesa é uma empresa redonda, muito bem gerida", afirmou a fonte.

A operação poderia ser feita tanto por meio de uma venda em bloco para um único comprador quanto por uma oferta com esforços restritos junto a um grupo de investidores, segundo a fonte.

A Cemig fechou o primeiro trimestre com uma forte alavancagem, que representa uma relação de 4,39 vezes entre a dívida líquida e a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

A companhia precisou renegociar com credores os limites de alavancagem, que eram de 4,12 vezes. No final de 2015, essa relação era de 2,4 vezes. A Taesa fechou o primeiro trimestre com lucro de 254 milhões de reais. A companhia possui um valor de mercado de 6,39 bilhões de reais.

Procurada, a Cemig afirmou que não vai comentar o assunto.

Embora a fatia a ser ofertada na Taesa seja pequena, a fonte disse que a operação faz sentido porque um investidor que quisesse adquirir essa participação por meio de compras de ações na bolsa levaria o papel a disparar, elevando consideravelmente o custo da transação.

De acordo com uma segunda fonte próxima às conversas, a Cemig vê investidores chineses como possíveis interessados no negócio.

Além da fatia que deve ser vendida, outra parte de ações da companhia mineira na Taesa desvinculadas do bloco de controle foi oferecida pela Cemig como garantia em uma operação com a Light.

A Cemig deu essas ações como garantia para ganhar mais tempo na busca por um novo sócio que compre a fatia do fundo Redentor na Light, uma vez que o acordo de acionistas da distribuidora previa que, se o parceiro quisesse exercer uma opção de venda de sua fatia no negócio, a empresa mineira precisaria comprar o ativo ou encontrar um comprador. Luciano Costa, da REUTERS Leia mais em exame 03/08/2016 

03 agosto 2016



0 comentários: