05 agosto 2016

BB pode obter R$ 4,3 bi com Patagonia

O Banco do Brasil pode obter R$ 4,3 bilhões com a venda da participação no argentino Banco Patagonia. O cálculo tem como base o valor de mercado da instituição, que possui ações listadas na Bolsa de Buenos Aires.

Com base no fechamento do pregão de ontem, o Banco Patagonia valia pouco menos de 33,77 bilhões de pesos argentinos, o equivalente a cerca de R$ 7,3 bilhões. O BB controla a instituição financeira, com 59% de participação, o que equivale a R$ 4,3 bilhões em valor de mercado.

O banco contratou o J.P. Morgan para assessorá-lo no processo de venda do banco argentino, segundo uma fonte a par do assunto.

A informação de que o BB planeja vender a fatia que detém na instituição foi antecipada pelo Valor em reportagem publicada em 19 de julho. O banco público estaria reavaliando seu portfólio de investimentos em participações, processo que inclui também os 50% que detém no Banco Votorantim. O objetivo é fortalecer a estrutura de capital do BB. Tanto o Patagonia como o Votorantim, embora operem no azul, têm rentabilidade abaixo da desejada pelo BB.

O banco argentino teve lucro líquido de R$ 165 milhões nos três primeiros meses de 2016, com uma queda de 20,1% ante o mesmo período do ano passado. A carteira de crédito da instituição encolheu 11,7% no acumulado de 12 meses encerrados em março, para R$ 8,06 bilhões.

Segundo fonte, a avaliação interna do BB é que a operação do Patagonia é um projeto de médio a longo prazo, que depende da recuperação da economia argentina para se viabilizar. No curto prazo, interessaria mais ao banco público aplicar seu capital no Brasil. Em março passado, o Patagonia possuía um total de 58 bilhões de pesos em ativos (R$ 12,5 bilhões).

No balanço do próprio Banco do Brasil, o investimento que detém no Patagonia aparece avaliado em R$ 1,2 bilhão. Já o investimento no Banco Votorantim está avaliado em R$ 4 bilhões.
Procurado, o Banco do Brasil não se manifestou. O banco divulgará na semana que vem seus resultados do segundo trimestre.

O cenário-base do BB para os próximos anos é que não poderá contar com o Tesouro para reforço de capital. Ao mesmo tempo, o banco não cogita segurar a concessão de crédito apenas por conta de seus índices de capitalização. Por isso, tem olhado com atenção a venda de ativos e outras medidas que o ajudem a levantar recursos. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 05/08/2016

05 agosto 2016



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