12 julho 2016

Porto Seguro entra no ramo de gestão de recursos em investimento alternativo

   Com um perfil de aplicações de longo prazo, a Porto Seguro entra agora em um ramo ainda não explorado por seguradoras brasileiras com a criação da Porto Seguro Capital, uma gestora de recursos voltada para investimentos alternativos. No radar da gestora, estão inicialmente os fundos de investimento em participações.

O primeiro fundo, o Porto Growth Edge I, deve alcançar até R$ 400 milhões e já está em fase de captação. A meta é levantar R$ 250 milhões até o fim do ano e iniciar a estratégia de investimentos, com participação de R$ 60 milhões da seguradora e o restante com recursos de terceiros.

"A ideia existia há muito tempo. Uma seguradora, como investidora de longo prazo, naturalmente busca investimentos diferenciados. Em países desenvolvidos, as empresas atuam nos ramos de venture e 'growth' capital e private equity", afirma Marcelo Picanço, diretor geral de investimentos e responsável pela Porto Capital.

Além da própria Porto Seguro, que terá 60% da nova empresa, Frederico Mesnik e Anibal Messa serão sócios da Porto Seguro Capital, ambos já com experiência na gestão de fundos. Messa era diretor de investimentos da Temasek no Brasil, fundo soberano de Singapura, e investiu em companhias como Netshoes, LAN Airlines e Visanet (atual Cielo). Mesnik foi sócio-gestor da Humaitá Investimentos.

Cerca de 75% do primeiro fundo será focado em empresas médias de alto crescimento com faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 200 milhões, o segmento de "growth capital". Os 25% restantes vão para companhias ainda menores, de venture capital. Segundo Picanço, essa divisão traz equilíbrio na relação de risco e retorno e dá liquidez adequada para o fundo, que terá prazo de dez anos. A gestora se posicionará em serviços associados à inovação tecnológica. Os setores inicialmente selecionados são serviços financeiros, consumo qualificado, saúde, tecnologia e educação, por serem relevantes e menos afetados pelos ciclos e turbulências macroeconômicas.

"São segmentos com pouca competição e que nos permitem ter como porta de saída dos investimentos a venda para fundos de private equity que investem em empresas maiores", diz Messa.
O segmento considerado novo por Picanço não era explorado por seguradoras brasileiras e a alta taxa de juros do país é um dos motivos que inibem essa atuação. "Nosso ambiente macroeconômico de curto prazo e as altas taxas de juros inibem o investimento. Mas não podemos nos dar ao luxo de olhar só o curto prazo, sem diversificar. O investidor estratégico, de longo prazo, consegue investir em empresas muito boas em momentos como o atual", diz o diretor.

O executivo cita a francesa Ardian como um exemplo. A companhia foi criada em 1996 como um braço de private equity da seguradora Axa, com o primeiro investimento feito em 1998. Em 2005, tinha sob gestão cerca de US$ 8 bilhões e o valor saltou para US$ 55 bilhões em dez anos. Em 2013, a empresa se tornou independente.

Por enquanto, a gestora trabalha em um único fundo, mas mantém nos planos a intenção de lançar outros no futuro. A Porto se beneficiará do negócio com o retorno como cotista, na taxa de administração e na taxa de performance de 20% cobrada sobre o rendimento que exceder IPCA mais 6%. Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 12/07/2016


12 julho 2016



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