14 julho 2016

Planos da Accor vão de marcas de luxo a quartos compartilhados

Após o término dos Jogos Olímpicos, o mercado carioca de hotelaria passará por um período de sobreoferta de quartos que poderá durar até três anos. Apesar do esfriamento da demanda - previsto pelo presidente da Accor Hotels para a América do Sul, Patrick Mendes - o grupo de origem francesa mantém seus planos de abrir mais de 20 estabelecimentos da bandeira Ibis no país ainda este ano.
Paralelamente, Mendes prepara o desembarque no país das marcas de luxo recém-adquiridas Fairmont, Raffles e Swisshôtel, como parte da estratégia do grupo de reforçar sua presença neste segmento.

No extremo oposto, a Accor testa pela primeira vez no país, numa unidade do Ibis Budget no Centro do Rio, quartos compartilhados com diária de R$ 49.

Seria o quarto compartilhado uma forma de o grupo contornar o cenário econômico brasileiro desfavorável? Mendes discorda: "Temos de rentabilizar todas as nossas categorias. Este produto traz um novo tipo de consumidor, mais jovem. São estudantes e viajantes que não costumavam ficar hospedados em hotel. Não é só uma questão de dinheiro, mas sobretudo uma experiência de compartilhamento." Às vésperas da Olimpíada, os hotéis do grupo na Barra da Tijuca e na zona sul do Rio estão praticamente lotados, mas ainda há disponibilidade em áreas mais distantes das arenas olímpicas, como Niterói. A má notícia é que, terminadas as competições, haverá na cidade um excesso de capacidade hoteleira cuja absorção acontecerá apenas no médio prazo, alerta Mendes. "É evidente. A ocupação é um ciclo que se repete. Haverá uma sobreoferta por dois, três anos", diz ele.
"No nosso caso temos um tamanho que nos permite aguentar esse período de baixa". A saída - defende o executivo - passa por um esforço conjunto da prefeitura, do Ministério do Turismo e da indústria hoteleira.

Na categoria econômica, a Accor vai concluir este ano a construção de mais de 20 hotéis das bandeiras Ibis, Ibis Budget e Ibis Styles (estabelecimentos temáticos). No segmento de luxo, o grupo acaba de finalizar oficialmente a compra do FRHI Hotels & Resorts, dona das marcas Fairmont, Raffles e Swisshôtel. Anunciada em dezembro de 2015, a operação foi aprovada pelos acionistas da Accor numa assembleia geral realizada anteontem.

Seis anos atrás a Accor deu seus primeiros passos para ampliar globalmente sua participação no mercado de luxo com o reposicionamento da marca Sofitel e a criação da bandeira Pullman.
A compra do FRHI Hotels & Resorts - operador com forte presença nos Estados Unidos - vem sanar uma das fraquezas do grupo em termos geográficos, reconhece Mendes, que recentemente completou um ano à frente da operação sul-americana do grupo. Os 154 hotéis e resorts com as bandeiras Fairmont, Raffles e Swissôtel estão espalhados por 34 países.

"Evidentemente compramos essas marcas para desenvolvê-las também na América do Sul. No Brasil, são hotéis que cabem nas grandes cidades", afirma o executivo. Mesmo sem detalhar datas e locais dos novos estabelecimentos, ele explica que a prioridade será ter hotéis inteiramente novos com as marcas recém-adquiridas. Como segunda opção, a Accor poderá trocar a marca de alguns de seus hotéis já existentes, após adaptações nas instalações. Uma terceira alternativa seria a assinatura de contratos com outras companhias interessadas em utilizar as marcas em seus estabelecimentos.

Também nesta semana, a AccorHotels anunciou - além da aquisição do FRHI Hotels & Resorts- o início de um projeto para transformar a HotelInvest numa subsidiária e, com isso, vender parte do capital da unidade de negócios a terceiros. "Dessa forma separamos os dois negócios: as propriedades e a operação [dos hotéis]", diz Mendes. A HotelInvest é responsável por gerir os ativos físicos do grupo. Mesmo com o desmembramento e a transformação em subsidiária, a HotelInvest permanecerá como parte do grupo. Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 14/07/2016

14 julho 2016



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