14 julho 2016

Multinacional prevê aquisições na América Latina

Um constante movimento para lançar produtos e partir para novas aquisições estarão no foco de Xiemar Zarazúa, que vai deixar o comando da Coca-Cola Brasil em outubro, após oito anos no cargo. Ele vai assumir a vice-presidência de empreendimentos estratégicos da companhia para a América Latina. De origem mexicana, passa o bastão a Henrique Braun, brasileiro, que estava à frente da unidade China e Coreia.

"Na América Latina existem condições enormes. Já viemos consolidando as áreas em que estamos e, onde não estamos, precisamos entrar. Temos apetite por todas as categorias. Ou lançamos ou compramos", disse, referindo-se às oportunidades para o Brasil e os países vizinhos.

Sob a gestão de Xiemar, um dos presidentes mais longevos da Coca-Cola Brasil, a empresa comprou, no fim de 2015, o Laticínio Verde Campo, de Lavras (MG). Em junho, foi a vez da linha para América Latina de produtos Ades, da anglo-holandesa Unilever. A aquisição foi feita em parceira com a engarrafadora de refrigerantes mexicana Femsa.

Quando Xiemar chegou ao Brasil, a Coca-Cola tinha acabado de comprar a Leão Junior, de chás. Um ano antes, havia adquiriu a sucos Del Valle, o que levou o executivo a liderar a reestruturação do portfólio de produtos.

Em paralelo, houve reposicionamento do número de franqueados - empresas que engarrafam os produtos da marca. Passaram de 16 para 10, com fusões e aquisições entre os engarrafadores.
Esses movimentos de consolidação, segundo Xiemar (como a equipe chama o presidente nascido em Monterrey), trouxeram maior escala e reduziram custos, ajudando a companhia a se posicionar melhor para enfrentar cenários de retração na atividade econômica, como o atual.

"Nos preparamos para momentos difíceis e fizemos isso muito bem. Na época em que mudamos, não tínhamos esse intuito, mas o resultado foi que nos fortalecemos. Estamos sofrendo, claro, como todo mundo, mas preparados. Duvido achar uma empresa no Brasil que não esteja preocupada", afirmou.
Segundo Xiemar, até 2015 o crescimento ficava entre 3% a 4%, mas neste ano houve queda. Ele não cita números, mas levantamento do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, indica que a produção total de refrigerantes no país registrou queda de 8,2% em junho, para 956,3 milhões de litros, na comparação com o mesmo mês de 2015. Em comparação a maio, a retração foi de 16%.

Xiemar conversou com o Valor em Parintins, no Amazonas, onde a Coca-Cola patrocina o tradicional festival dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido (este último venceu a disputa). Para o evento, a empresa convidou lideranças da área de sustentabilidade.

A leitura pode ser uma reação da fabricante de refrigerantes, já que o consumo é hoje criticado pelos adeptos de bebidas consideradas saudáveis.

Mas para Xiemar, uma das marcas de sua gestão no país vêm sendo exatamente o foco em práticas sustentáveis. Segundo ele, a empresa vem alcançando expressivos avanços na redução do consumo e estímulo ao reaproveitamento de água nas fábricas, na redução do açúcar em todo portfólio e no fornecimento de informações nutricionais transparentes.

"Hoje, temos um olhar diferente para os fornecedores, estabelecendo padrão ético de qualidade. Em relação ao açaí, por exemplo, há total compromisso social e ambiental. Não usamos agrotóxicos nas frutas. A Coca-Cola é acusada de ter muito sódio. Está escrito no rótulo que tem 2% de ingestão diária. A preocupação é constante. No Mate Leão reduzimos os conservantes e colocamos limão natural", afirmou.  - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 14/07/2016

14 julho 2016



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