01 junho 2016

Tractebel investe em novas usinas para garantir portfólio

Maior geradora privada do país, a Tractebel Energia está avaliando oportunidades de aquisições no Brasil e a participação em leilões de energia. O objetivo da empresa, que já tem aprovados investimentos de R$ 5,5 bilhões a R$ 6 bilhões em construção de novas usinas nos próximos três anos, é garantir a sustentabilidade da companhia em longo prazo, já que aproximadamente 3 mil megawatts (MW) de capacidade de usinas adquiridas na privatização da área de geração da Eletrosul, em 1998, terão vencimento da concessão em 2028.

"Temos olhado oportunidades [de aquisições], mas de certa forma, o grupo tem dado mais atenção a novos projetos. Temos uma concentração, exatamente pela questão da privatização, de um processo de renovação de concessão em 2028 que não sabemos como vai acontecer. E é preferível que a empresa invista em projetos que tenham vida além de 2028, para que tenha perenidade na atividade", afirmou Eduardo Sattamini, em sua primeira entrevista após ser eleito ontem, pelo conselho de administração, para presidir a companhia a partir de julho.

O economista substituirá Manoel Zaroni, que permanecerá no conselho da Tractebel como vice-presidente. Durante alguns meses, Sattamini vai acumular a diretoria Financeira e de Relações com Investidores da Tractebel, cargo que exerce desde 2010, até que seja escolhido o sucessor para a área.

Além do plano de expansão, o presidente do conselho de administração da Tractebel, Maurício Bähr, disse que a estratégia da empresa é diversificar as fontes, em linha com a transição em curso do setor energético mundial, voltado para a maior participação do consumidor na rede, através da geração distribuída (GD).

"[A Tractebel] está se preparando em todos os setores, seja em eólica, solar, não só distribuída, mas centralizada. Estamos pensando em hidrelétricas de médio porte para o futuro. Estamos pensando em gás natural. Mas precisamos ver a evolução de como o setor privado se insere na cadeia do gás natural [no Brasil]", disse Bähr, que também é presidente do grupo franco-belga Engie no país, acionista controlador da Tractebel.

Zaroni também lembrou que, em abril, a Tractebel entrou na área de GD, ao adquirir 50% da GD Brasil Energia Solar, que passou a se chamar Engie Solar. A previsão é investir R$ 25 milhões na empresa.

Em curto prazo, a maior preocupação da Tractebel é a queda da demanda de energia, fruto da crise econômica do país. "Temos um visível excesso de oferta, que pode se realizar ou não, dependendo da implantação dos projetos dentro do prazo e da reação econômica", afirmou Sattamini.

Até o fim do ano deverá ser iniciado o processo de transferência da participação de 40% da Engie na hidrelétrica de Jirau para a Tractebel. Com o negócio, a capacidade instalada da empresa terá um acréscimo de 1,5 mil megawatts (MW). O parque gerador atual da Tractebel é de 7.044 MW, com previsão de expansão para 7.838 MW, a partir de outros projetos de geração em construção.

Sattamini também contou que pretende fechar "em curto espaço de tempo" a venda de duas eólicas e uma pequena central hidrelétrica (PCH), que totalizam 63,4 MW, dentro da estratégia de otimização do parque gerador da empresa. "[As negociações] estão em estágio avançado". - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 01/06/2016 

01 junho 2016



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