16 junho 2016

Bom Jesus estuda vender participação a investidor

O Grupo Bom Jesus, que atua na produção de grãos e entrou com pedido de recuperação judicial no mês passado, avalia a venda de uma fatia minoritária para um investidor como forma de reduzir sua dívida de R$ 2,6 bilhões, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto.

Qualquer tentativa de venda de participação estará relacionada a um plano de reestruturação de dívidas em andamento, afirmou a fonte, acrescentando que um banco de investimentos relacionado a um dos 28 credores do grupo deverá supervisionar o processo.

O grupo Bom Jesus, com sede em Rondonópolis (MT), está operando sob proteção judicial contra credores após fracassar em uma tentativa de reestruturação extrajudicial das dívidas liderada pelo banco Santander, disse uma outra fonte. Um juiz de Rondonópolis aprovou o pedido de recuperação judicial da companhia em 8 de junho.

Outro meio para o grupo levantar recursos seria a venda de alguns de seus 240 mil hectares em terras para potenciais investidores, disse a primeira fonte, que falou sob a condição do anonimato.

O governo brasileiro, inclusive, tem considerado revogar uma norma de 2010 que proíbe a compra de terras no país por estrangeiros, lembrou a fonte.

O grupo Bom Jesus foi o último dos grandes produtores de grãos a apelar para a recuperação judicial neste ano, conforme a maior recessão do país em décadas e altas taxas de juros ampliaram os problemas de empresas que assumiram pesadas dívidas para tocar planos de expansão nos últimos anos.

A companhia precisa apresentar um plano formal de reestruturação até o dia 4 de agosto. O Grupo Bom Jesus não pôde comentar imediatamente.

A geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da companhia (Ebitda), é estimada em cerca de R$ 400 milhões, segundo a primeira fonte.

A companhia quer reduzir a relação entre dívida e Ebitda a cerca de 2,5 vezes, ante 6,5 vezes atualmente, afirmou a fonte.

Fornecedores e bancos, incluindo o Banco Votorantim, a unidade brasileira do Banco da China e o Banco Pan precipitaram o pedido de recuperação judicial do grupo ao começarem a buscar o bloqueio de contas da companhia. Procurados, os credores não quiseram comentar.

De acordo com documentos vistos pela Reuters, cerca de US$ 71 milhões devidos a credores como o Credit Suisse, BTG Pactual e Rabobank terão que ser renegociados extrajudicialmente porque não estão sujeitos à proteção da recuperação judicial.

Segundo as fontes, o grupo Bom Jesus contratou a Pantalica Partners como consultoria financeira na reestruturação de dívidas.- Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 16/06/2016

16 junho 2016



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