09 junho 2016

Aspen Pharma negocia compra de ativos no Brasil

A subsidiária brasileira da sul-africana Aspen Pharmacare poderá acelerar o ritmo de expansão dos negócios a partir da compra de produtos ou de empresas no país. Neste momento, duas negociações estão em andamento, preservadas por acordo de confidencialidade e, se um dos negócios sair, a Aspen crescerá mais de 50% em faturamento.

O laboratório, que faturou globalmente 36,1 bilhões de rands (ou cerca de US$ 2,5 bilhões pela cotação atual) no último exercício, caminha para encerrar o ano fiscal em curso, em 30 de junho, com alta de mais de 20% nas vendas no Brasil, acima do crescimento médio do mercado. Para as receitas, a estimativa é de R$ 220 milhões.

"Ainda dependemos de acertos [nas conversas], mas estamos investindo no país", diz o principal executivo da farmacêutica no Brasil, Alexandre França.

"O mercado está bom para as multinacionais". Se as conversas avançarem, a expectativa é a de que uma potencial aquisição seja anunciada no quarto trimestre.

Nos últimos anos, a compra de portfólio de outros laboratórios deu contribuição importante para o crescimento das vendas da farmacêutica no país. Em 2008, entrou no mercado brasileiro com a compra da Cellofarm, de produtos similares. Já no ano seguinte, levou 17 fitoterápicos da Ativus e, mais à frente, comprou quatro produtos do laboratório Hebron.

Em 2013, a Aspen, que é a maior fabricante de genéricos da África, comprou onze produtos da Merck Sharp & Dohme (MSD), incluindo terapias de reposição hormonal e contraceptivos orais, com reflexos no país, e no fim de 2014, fechou a aquisição da linha Omcilon, já consolidada no mercado brasileiro para tratamento de afta e estomatite e alívio de inflamações, que pertencia à Bristol-Myers Squibb.

Conforme França, os negócios no ano fiscal que está terminando foram impulsionados justamente por essas duas aquisições, pela chegada do fitoterápico Calman ao mercado de medicamentos isentos de prescrição e pela renovação do visual do Leite de Magnésia Phillips.

Comprado em 2012 da GlaxoSmithKline no Brasil, o leite de magnésia ganhou uma nova roupagem, mais moderna, e cresceu expressivos 25% em vendas nesse ano fiscal. A linha Omcilon, por sua vez, registra 60% de expansão, com os melhores níveis de venda já registrados. Já os hormônios que eram da MSD ganharam nova estratégia e vão crescendo 20%. Esses produtos, mais o Calman, representam juntos 40% do faturamento da Aspen no país.

Apesar de ter os genéricos em sua origem, a Aspen abandonou o foco no segmento ao notar que, para manter-se rentável, teria de investir cada vez mais em escala. Com uma nova estratégia, passou a apostar na compra de marcas maduras, já consolidadas, que não mais interessam aos grandes laboratórios - em muitos casos porque perderam a patente. Essa linha de negócio tem sido replicada no país. Caso feche uma das aquisições que estão na mesa de negociação neste momento, a Aspen, porém, não terá capacidade instalada suficiente no Brasil - na unidade de Serra (ES), está apta a produzir sólidos (comprimidos) e semi-sólidos (cremes). "O crescimento não está atrelado à fábrica, então a estratégia será produzir em terceiros", afirma França. Jornalista: Stella Fontes - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 09/06/2016


09 junho 2016



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