12 maio 2016

BTG perde R$1,7 bi com investimentos em empresas

Em apenas nove meses, a área que compra participações em empresas do BTG Pactual teve perdas de R$ 1,76 bilhão, segundo balanço divulgado na terça-feira. O copresidente Marcelo Kalim disse ontem que, com a venda de diversos ativos, esse é um negócio que perderá relevância no banco. Mas as perdas não são apenas do BTG, já que boa parte dos investimentos foi feita por meio de fundos e com participação de investidores externos.

Um dos maiores prejuízos foi registrado no Principal Investments FIP, criado em 2010 e que até o ano passado amargava uma perda acumulada de 36%. Neste primeiro trimestre do ano, as perdas se acentuaram e o fundo tem hoje R$ 669 milhões em patrimônio, metade do que possuía em dezembro do ano passado. Em seu auge, chegou a ter R$ 2,4 bilhões em patrimônio.

“O mau resultado dos investimentos reflete a desaceleração econômica e do setor de óleo e gás”, disse o presidente da área de asset management do banco, Alan Hadid. Vários foram os investimentos pouco acertados feito pelo fundo, entre elas a União de Lojas Leader e a Bravante, do setor de óleo e gás em que as companhias estavam fortemente endividadas. Em sua cartela, estão ainda empresas como Brazil Pharma, Brasil Brokers, Estre Ambiental, Uol e Bodytech.

O mais recente fracasso do fundo, que veio à tona, foi a União de Lojas Leader, rede de varejo que atua no setor de moda. A empresa foi vendida por apenas R$ 1 para a Legion Holdings, empresa que tem entre os sócios o advogado Fábio Carvalho, conhecido pela reestruturação da rede Casa & Vídeo. Carvalho também foi o comprador de outro negócio problemático do fundo Principal Investments, a empresa Bravante. Em outubro do ano passado, o banco chegou a um acordo com os acionistas da Bravante (ex-Brasbunker), operadora de apoio marítimo para plataformas de petróleo, reduzindo sua participação de 47% para cerca de 10%. O valor deste negócio não foi divulgado.

As duas companhias tinham em comum o fato de terem baixa capacidade de pagamento e alto endividamento: a Leader com R$ 900 milhões e a Bravante, com R$ 2,6 bilhões. Outro ponto em comum, é que a saída de ambos os negócios não se deu da forma tão amigável com os ex- sócios. No caso da Bravante, houve até mesmo questionamentos no Cade. E na Leader, os ex-sócios questionam o fato de a venda ter sido feita a preço simbólico para Carvalho.

Relevância. A área de compra de participações de empresas do BTG é dividida em três: Global Markets, Merchant Banking e Real State. O fundo Principal Investments está na área de Merchant Banking. Em todas, no entanto, o banco vem registrando perdas. A expectativa é de que pelo menos na área de real estate (imobiliário) o segundo trimestre seja um pouco melhor em função da oferta pública da BR Properties, feita ontem. O Estado de S.Paulo  Leia mais em portal.newsnet 12/05/2016 

12 maio 2016



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