11 abril 2016

Por que a BRQ planeja seu IPO mesmo com o Brasil em crise?

Alexandre Camilo Perez, diretor de marketing da empresa, revela os fatores que levam à companhia a fazer sua listagem na BM&FBovespa

Depois de um longo hiato, um representante brasileiro de TI deu as caras no mercado de capital. As 10 da manhã da terça-feira, dia 5 de abril, a BRQ passou a ser listada no Bovespa Mais, o segmento de acesso à bolsa de valores de São Paulo. Com isso, a companhia se tornou apta a ter suas ações negociadas na casa, embora ainda não haja previsão de uma oferta inicial de ações.

"Nosso objetivo é sermos a melhor empresa brasileira de serviços de tecnologia e vemos a abertura do capital como uma etapa muito importante para a captação de recursos para a realização dos investimentos necessários”, pronunciou Benjamin Quadros, CEO da companhia, que reconheceu que o momento não é oportuno para um IPO, que só deve acontecer quando surgirem “condições favoráveis".

Ocorre que o processo de listagem dá agilidade para a companhia abrir seu capital. Mas a pergunta que deve ficar na cabeça de muita gente é: se o momento não é favorável e o cenário futuro no Brasil parece desanimador, por que a BRQ resolveu preparar-se para um movimento que exige confiança de investidores?

Para responder essa e outras perguntas, a Computerworld Brasil indagou Alexandre Camilo Perez, diretor de marketing da BRQ. A seguir, você confere as respostas do executivo.

Computerworld Brasil – Por que a empresa optou agora pela listagem na bolsa? O que muda com isso?
Alexandre Camilo Perez – A BRQ busca aumentar gradativamente sua exposição junto a investidores institucionais e se preparar para uma futura oferta inicial de ações. Ao longo dos últimos dois anos, foram feitos diversos investimentos nos processos e sistemas da empresa para adequá-la a exigências da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e obtermos níveis de governança e transparência semelhantes ao das maiores e melhores empresas do país, muitas delas nossos clientes também. Essa foi a grande mudança.

A partir de agora, além de seguir o calendário de divulgações e demais exigências da CVM, continuaremos a aprimorar nossa governança e expor nossos resultados ao mercado criando um histórico e uma relação de confiança importantes para quando for feita a abertura de capital.

Computerworld Brasil – Qual a estratégia por trás desse movimento? Captar recursos no mercado? Se sim, para que finalidade?
Perez – Sim, o objetivo da futura abertura de capital é captar recursos para acelerar o crescimento via investimentos, assim como [fazer] aquisições.

Computerworld Brasil – Quando será o IPO? O que precisa para fazer o IPO?
Perez – Não existe uma data definida, mas sim a expectativa de que ele ocorra em algum momento dos próximos três anos. Vai depender basicamente de haver um mercado favorável ao investimento em empresas no Brasil.

Computerworld Brasil – Como a empresa avalia o momento econômico brasileiro e que impacto isso teve na decisão de fazer a listagem?
Perez – O momento atual da economia é de retração, como amplamente noticiado. O mercado de serviços de TI sofre menos devido ao fato de que muitas empresas mantém ou aumentam seu investimento em tecnologia para se tornarem mais eficientes através de automação, assim como lançarem novos produtos e serviços que melhorem sua posição competitiva.

Computerworld Brasil – O mercado de TI ficou bastante parado em termos de abertura de capital nos últimos anos. Aliás, ainda são raros os casos de empresa de TI brasileira que se arriscam nesse campo. Como, na sua avaliação, esse segmento irá se comportar? Será possível vermos outros movimentos desse tipo, na opinião de vocês em breve? Por quê?
Perez – É possível que surjam outros movimentos, mas a BRQ se posiciona como um consolidador, uma plataforma que crescerá se unindo a outras empresas, e acreditamos ser esse um bom caminho para outros empresários do setor.

Apesar da atual crise no Brasil, acreditamos que a oportunidade para as empresas de Tecnologia da Informação que operam no Brasil é muito boa devido a três fatores:

1) A Transformação Digital (Cloud, Mobile, Big Data), que obriga as empresas a consumirem mais serviços e soluções de tecnologia.

2) Pela possibilidade de melhoria do ambiente de negócios no Brasil com políticas públicas adequadas para o setor,

3) Pelo mercado de exportação que se abriu devido ao câmbio.

Computerworld Brasil – Quanto foi o faturamento da companhia em 2015 e qual a expectativa de receita para os próximos anos?

Perez – A receita líquida em 2015 foi de R$ 426,4 milhões. Não temos por prática oferecer projeções de desempenho futuro. Leia mais em computerworld 11/04/2016

11 abril 2016



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