03 abril 2016

FUSÕES E AQUISIÇÕES: 47 TRANSAÇÕES REALIZADAS EM MARÇO/16

  O mercado brasileiro de fusões & aquisições continua desacelerando.  Foram realizadas 47 transações no mês de março/2016, correspondendo a um investimento da ordem de R$ 12,1 bilhões. Representa uma queda de 7,8% em relação ao número de operações do mês anterior e de um crescimento de 9,6% dos montantes investidos.
  O valor total dos negócios no primeiro trimestre de 2016, alcançou R$ 31,9 bilhões, representando uma queda de 46,9%  em relação ao mesmo período do ano anterior. No volume de transações a queda foi de 22,9%.
  Quase dois terços das transações do 1º trimestre são do porte de até R$ 50 milhões - das 145 transações 92 são de porte até R$ 49,9 milhões.
  O valor médio das transações no 1ºTrim/2016 caiu 31%, alcançando R$ 219,9 milhões
  Os setores de TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) e INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS  foram os mais ativos no mês de março.
  O maior apetite no mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 34 operações (72%).
  Sob a ótica do país de origem do investidor, os de origem Nacional responderam, em março, por 32 operações e os Estrangeiros com 15. Os EUA com 7 operações,  foi o  país com maior número de negócios.
  A maior transação no mês foi a CCR vendendo a Serviços e Tecnologia de Pagamentos (STP), dona da Sem Parar, para a DBTrans, que é garantida pela Fleetcor. O valor total da venda foi de R$ 4,086 bilhões.
  Quanto às Percepções de Mercado, merece destacar: (i) Lucro das empresas de capital aberto caiu 87,2% em 2015.  (ii) Dívidas devem provocar explosão de quebras e recuperações judiciais no ano. (iii) Para Fishlow, Brasil pode ter nova década perdida. (iv) Déficit dos fundos de pensão cresce 151%, o sistema todo fechou o ano passado com rombo de R$ 77,8 bilhões

Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de MARÇO de 2016.

ANÁLISE DO MÊS

Setores mais ativos - Os 5 setores mais ativos responderam por 63,8% do total das operações e  54,7% do valor total dos investimentos.

Foram divulgadas com destaque pela imprensa neste mês 47  transações em 16 setores da economia brasileira, registrando uma queda de 7,8 % em relação ao mês anterior ( 51 operações).

Evolução nos últimos 4 anos  - No acumulado do 1º trimestre de 2016, apuradas 145 operações, registra-se uma queda  de 22,9% se confrontado com igual período de 2015,  quando foram realizadas 188 operações.


Maiores apetites x maiores quedas. O segmento com maior apetite  neste mês foi o de TI, com a realização de 18 transações representando 38,3% do total.
No gráfico dos setores mais ativos nos primeiro trimestre de 2016, além de TI, destacam-se OUTROS  e PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS.
Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações nos três primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2015, foram COMPANHIAS ENERGÉTICAS e TI. Por sua vez, o setor que mais cresceu no nº de operações foi PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS.

Acumulado volume de transações dos últimos doze meses sinaliza queda - O mês sinaliza nova queda, de 4,4% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses -  março de 2016, com  799 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior.
No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações,  incluindo prováveis fatores que mais estão influenciado os investimentos.


Operações de pequeno porte são maioria nos últimos 3 anos. Nos últimos três anos as operações de pequeno porte - até R$ 49,9 milhões - são maioria.

Porte das transações: 66% das transações são do porte de até R$ 50 milhões - Das 47 transações apuradas no mês,  31 são de porte até R$ 49,9 milhões -  66,0% do total e responderam por 3,8% do seu valor.
Para este mesmo porte de operações, no acumulado do ano de 2016, registraram 92 transações representando 63,4% do total  e  4,3% do valor.


No trimestre cerca de 6% das operações  respondem por 62% dos montantes envolvidos - No topo da pirâmide foram apuradas 4 transações em março, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 8,5% do número de operações e responderam por  68,8% do valor das transações. No acumulado, são 9 transações que correspondem a 6,2% e respondem por 61,9% do valor total das transações.

Crescimento de 9,6% do montante em relação ao mês anterior. Quanto aos montantes dos negócios realizados em março de 2016, estima-se o total de R$  12,1 bilhões, representando um crescimento de 9,6% em relação ao mês anterior - considerando Valores Divulgados ( 80,6%) e Não Divulgados (19,4%).
Queda de 47% do investimento trimestral. O valor total dos negócios no primeiro trimestre de 2016, alcançou R$ 31,9 bilhões, representando uma queda de 46,9  em relação ao mesmo período do ano anterior.

Valor médio das transações no 1º trimestre de 2016 caiu 31%. Quanto ao valor médio das transações realizadas neste ano, constata-se uma queda de 31,2%%, alcançando R$ 219.9 milhões.


Investidores estratégicos estão com maior apetite - O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 34 operações (72,3%), e responderam por 72,9% dos montantes investidos. No acumulado do ano, os estratégicos, com 113 operações responderam por 77,9% dos negócios e 75,7 % dos investimentos.

Predomínio dos investidores Nacionais. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 32 operações, no mês, enquanto os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 15 operações.
No acumulado ano, os Nacionais responderam por 56,6%* do volume de operações e 41,9%* do montante.
Os investidores Estrangeiros responderam por 58,1%* dos investimentos realizados no trimestre.
Por país, os EUA, com 7 operações,  foi o maior investidor, representando 36,5% dos investimentos estrangeiros.
*


* Correção em 17/05/2016

Maior transação do mês  -  A maior transação em mar/16, foi a da CCR vendendo, junto com os demais acionistas, a Serviços e Tecnologia de Pagamentos (STP), dona da Sem Parar, para a DBTrans, que é garantida pela Fleetcor. O valor total da venda foi de R$ 4,086 bilhões. 15/03/2016

“PERCEPÇÕES” DO MERCADO - notícias que se destacaram: 
    - Lucro das empresas de capital aberto caiu 87,2% em 2015. O lucro líquido das empresas de capital aberto do Brasil caiu 87,2% em 2015, lastrado principalmente pela mineradora Vale, a Petrobras e a Eletrobras, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela consultoria Economática. O lucro das 297 companhias brasileiras com ações cotadas na bolsa de São Paulo somou R$ 14 bilhões em 2015, frente aos R$ 109,8 bilhões no ano anterior. Excluindo Petrobras, Vale e Eletrobras, os lucros das companhias ano passado chegou a R$ 107,4 bilhões, o que representa uma queda de 19,5% em relação a 2014, quando o lucro foi de US$ 133,5 bilhões. 31/03/2016
    - Dívidas devem provocar explosão de quebras e recuperações judiciais no ano - Nos últimos sete anos, o endividamento das empresas brasileiras no mercado interno mais que dobrou, atingindo R$ 1,4 trilhão em janeiro. Com os empréstimos externos, essa conta sobe em mais US$ 211 bilhões. Não chegaria a ser um problema, se a economia estivesse crescendo, o consumo subindo, a produtividade aumentando. Mas o cenário é o inverso disso. Com redução nas vendas e a receita caindo, esse endividamento se tornou uma bola de neve para as empresas. E a percepção entre os analistas é uma só: o país vai viver este ano uma explosão das recuperações judiciais e quebras de empresas. Esse cenário, na verdade, já deu as caras no ano passado, quando as recuperações judiciais chegaram a 1.256, número mais de 50% superior ao registrado em 2014. As empresas estão sofrendo e ainda vão sofrer muito em 2016 por falta de liquidez. 12/03/2016
    - Para Fishlow, Brasil pode ter nova década perdida. O Brasil deverá registrar uma nova década perdida, em 2020, avaliou Albert Fishlow, professor de relações internacionais da Universidade de Colúmbia. "Falando do futuro, temos que lembrar que o PIB per capita do Brasil será, em 2020, igual ao que era em 2010. Então, independentemente do que acontecer, será uma década perdida", disse o professor, durante debate realizado no Conselho de Relações Internacionais (CFR, na sigla em inglês), em Nova York. Segundo Fishlow, conhecido por ser um estudioso do Brasil, mesmo que o governo inicie reformas, elas só deverão ser sentidas no longo prazo. O problema, para ele, é que não parece que o governo tenha intenções de fazer reformas no longo prazo, como em três ou quatro anos, mas apenas para o curto prazo, que ele estimou em 12 a 18 meses. "Mesmo se adotarmos uma noção otimista de recuperação, começando a partir de 2017, com níveis correntes de investimentos e assumindo níveis mais altos de recuperação, ainda estaríamos encarando a realidade de um crescimento baixo. Será uma década perdida", disse. 10/03/2016
    - Déficit dos fundos de pensão cresce 151%. O déficit dos fundos de pensão aumentou 151% em 2015. O sistema todo fechou o ano passado com rombo de R$ 77,8 bilhões, segundo levantamento da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), xerife do setor. Em 2014, o déficit acumulado do sistema foi de R$ 31 bilhões. De acordo com o órgão, 241 planos ficaram no vermelho em 2015. Dez planos concentram 80% do déficit de todo o sistema, sendo nove patrocinados por empresas estatais, das quais oito são federais. Os três maiores – Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa Econômica Federal) respondem por mais de 60% do rombo de todo o sistema. A Previ informou déficit de R$ 16 bilhões no ano passado e a Funcef, de R$ 13,2 bilhões. O rombo da Petros – que ainda não foi divulgado – deve chegar a R$ 20 bilhões. 31/03/2016

SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS - FUSÕES E AQUISIÇÕES
A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e/ou  postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. e podem ser localizadas nos endereços abaixo.

DESTAQUES DA:
DESTAQUES DO MÊS ANTERIOR
M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.  

03 abril 2016



0 comentários: