29 março 2016

GP confirma R$ 10 por ação na oferta da BR Properties

As ações da BR Properties fecharam ontem com alta de 3,01%, cotadas a R$ 9,22, após a publicação pela GP Investments do edital da oferta pública de aquisição de ações (OPA) da companhia e confirmação do preço de R$ 10 por ação.

O conselho de administração da BR Properties tem 15 dias para manifestar sua opinião sobre os termos da OPA. Procurada pelo Valor, a companhia não se manifestou.

Por meio de leilão a ser realizado no dia 11 de maio, a GP pretende adquirir entre 112,76 milhões de ações (37,81% do capital) e 172,4 milhões de ações da companhia (57,81%). Caso o preço não seja corrigido até o leilão, a OPA deve movimentar entre R$ 1,13 bilhão e R$ 1,72 bilhão.

Considerando que a GP já possui 12% da BR Properties, sua participação será de 50% a 70% ao final da oferta. A gestora de recursos fará a oferta juntamente com a THB, veículo de investimento da Abu Dhabi Investment Authority (Adia). A GP pretende manter os papéis da BR Properties no Novo Mercado da BM&FBovespa.

A publicação do edital dissipou questionamentos do mercado em relação à se o preço por ação seria mantido. Outra dúvida, segundo fonte, era o cumprimento do prazo do edital, à medida que a Adia costuma demandar mais tempo para a tomada de decisões.

No mercado também se questiona se pode haver alguma interferência, na OPA, da revisional, em maio, do contrato do Ventura, prédio da BR Properties no Rio de  Janeiro ocupado pela área de exploração da Petrobras. Recentemente, o presidente da BR Properties, Martin Jaco, informou que as conversas para a revisional já começaram e que os acordos comerciais da Petrobras passaram a ter de ser aprovados pelo conselho da estatal. O contrato termina em 2019.

A OPA está condicionada, de acordo com a GP, à aceitação de venda do mínimo de 37,81% de ações da BR Properties, à aprovação em assembléia geral da companhia de renúncia de mecanismo de proteção à dispersão acionária ("poison pill") e à renúncia pelos credores em assembléia de debenturistas de antecipação de dívida.

A GP também condiciona o leilão à não queda do valor das ações ordinárias da companhia ou do Ibovespa, até 10 de maio, de 20% ou mais em relação ao fechamento de 24 de março último dia de negócios antes da publicação do edital.
Outro ponto é que a cotação do dólar não tenha desvalorização superior a 25% até a véspera do leilão, ante o fechamento do dia 24.

Em relatório, o Credit Suisse avaliou que os acionistas da BR Properties podem estar mais inclinados a aceitar a OPA apresentada pela GP a R$ 10 por ação ou valor ligeiramente acima. Isso porque, segundo o Credit, a previsão de receitas para a BR Properties está mais nebulosa, na esteira dos riscos relativos à remarcação do aluguel no Ventura. O banco cita ainda que não está claro se a GP terá aprovação da maioria dos acionistas na renúncia da poison pill.

Já o J.P.Morgan diz acreditar que há fortes argumentos a favor e contra a possibilidade de aumento no preço na OPA. Do lado positivo, o banco de investimentos cita que houve redução significativa de 15% no risco Brasil desde o anúncio da OPA, em 11 de dezembro. Além disso, as ações de shopping centers tiveram valorização em torno de 23%, na média, enquanto os papéis da BR Properties subiram 8%.

Como ponto negativo, o J.P.Morgan diz que o fluxo de notícias referentes ao segmento de propriedades comerciais continua fraco, devido à alta das taxas de vacância e à redução da média de preços de locação. Outra questão apontada pelo banco é a possibilidade de renegociação do contrato de aluguel da torre Ventura, a qual representa cerca de 18% das receitas da BR Properties.  Por Chiara Quintão e Rodrigo Rocha Fonte: Valor Econômico Leia mais em sinicon 29/03/16

29 março 2016



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