12 fevereiro 2016

O Lado Bom Do Desinvestimento

A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) aposta na abertura do mercado interno de gás natural com a venda de ativos da Petrobras aos investidores privados de olho nos gasodutos, terminais de regaseificação e usinas térmicas. A queda do preço do petróleo no mercado internacional, aliada à crise da Operação Lava-Jato e a perda de valor das ações da estatal de petróleo aceleraram o plano de desinvestimento da companhia. Com a saída do setor elétrico e de distribuição de gás, o plano da empresa é arrecadar US$ 57,7 bilhões (equivale a cerca de R$ 225 bilhões) para reforçar o caixa. Até agora, a empresa se desfez de 49% de uma das subsidiárias, a distribuidora de gás, a Gaspetro, por R$ 1,9 bilhão.

A companhia pernambucana vislumbra a ampliação da concorrência com a entrada de capital privado para ampliar os investimentos no setor de gás, bem como, a redução do preço do insumo no mercado local. Em 2015, a Copergás fechou o caixa com o faturamento de R$ 1 bilhão. A projeção neste ano é crescer 19% se aproximando de R$ 1,2 bilhão . “Vai mexer com todas as distribuidoras locais. Nos últimos 15 anos, a Petrobras deteve o monopólio absoluto da produção interna, importação e distribuição de gás natural no país”, destaca Décio Padilha, presidente da Copergás.

O plano total de desinvestimento da Petrobras prevê a saída do setor elétrico com a venda de suas 21 usinas termelétricas, gasodutos e terminais de regaseificação. Nos terminais são descarregados os navios de GNL (gás natural líquido) importado, que após ser mantido à temperatura de – 160 graus celsius, é colocado nos gasodutos e distribuído para 27 companhias de gás do país. Para se ter uma ideia do consumo interno, são movimentados 100 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural no Brasil. A Petrobras produz 48% e importa 52%.

A estratégia da Petrobras ao se desfazer de ativos faz sentido. Com pouco dinheiro em caixa para investir no pré-sal, a estatal brasileira optou por deixar de ser uma empresa de energia, para se concentrar na produção de petróleo. “A decisão de vender os ativos da área de gás e energia é acertada e está correta, porque o petróleo é o primeiro negócio da Petrobras”, destaca Padilha.

Atualmente, as termelétricas são os maiores consumidores de gás natural das distribuidoras. Do total de 4,8 milhões de metros cúbicos/dia de movimentação da Copergás, 2,1 milhões de metros cúbicos/dia são destinados a uma única usina térmica, a Termopernambuco. Segundo Padilha, o mercado das usinas termelétricas é mais uma oportunidade que se abre para o aumento do consumo de gás. Ele destaca que o mercado espera pelo investimento nas térmicas a gás, porque são menos poluentes do que a diesel. Uma pedra no meio do caminho para tirar o plano de desinvestimento do papel são as regras regulatórias de operação dos gasodutos. Leia mais em abegas 12/02/2016

12 fevereiro 2016



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