28 janeiro 2016

Canadense Lallemand compra Laboratório Farroupilha em MG

Multinacional adquiriu empresa de Patos de Minas que produz biodefensivos para a agricultura
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O Laboratório Farroupilha, criado, inicialmente, para atacar a praga do mofo branco nas lavouras do Grupo Farroupilha – a empresa familiar de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, tem 20 mil hectares de terras plantadas em seis fazendas, além da Urban Coffe e da Algodoeira Farroupilha –, foi vendido para a canadense Lallemand há um mês. O valor não foi divulgado. “Para o laboratório continuar com o pioneirismo, vimos que era preciso fazer alguma parceria. E a Lallemand é especializada, tem cem anos de história”, conta o diretor executivo do Laboratório Farroupilha, o agrônomo Fernando Urban, 33.

Há dez anos no mercado brasileiro, atualmente, o Laboratório Farroupilha fabrica sete tipos de produto biodefensivos e com ação inoculante. E outros oito estão em fase de registro. “É um controle biológico, e os produtos são biodefensivos e estimulantes de crescimento da planta”, explica.

Para Urban, o que mais chamou a atenção da empresa de Montreal, gigante no setor, foi a qualidade dos produtos da empresa mineira e os valores similares aos da multinacional. “A Lallemand tem uma unidade de nutrição animal em Goiânia (GO), e fomos procurados por eles há dois anos, quando começamos a conversar”, conta Urban. Para o executivo do laboratório, a empresa foi comprada e não foi vendida. “Porque estamos numa fase boa”, informa o agrônomo, que, “por questões estratégicas”, não abre faturamento para o mercado.

Em percentual, o empresário informa que o crescimento em faturamento do laboratório tem sido de 30% ao ano nos últimos três anos. “Isso é possível com trabalho de marketing, planejamento, equipe de vendas e produtos”, conta.

Volume e planos. O volume de biodefensivos produzidos na fábrica de Patos de Minas é capaz de tratar 3 milhões de hectares de terras nas principais culturas do Brasil, segundo Fernando Urban. “E operamos em 80% do território nacional”, informa o agrônomo.

Com a venda do laboratório, Urban, que continuará como diretor executivo, explica que a empresa vai crescer ainda mais com o aumento de produtos na cartela, com a exportação e a melhoria dos processos produtivos por meio do incremento na automação. Com 110 funcionários, por enquanto, não estão previstas novas contratações.

Desafios. Fernando Urban explica que o desafio da empresa, desde o início, era quebrar um padrão. “Porque vários produtores já conheciam produtos de baixa qualidade no mercado, sem nível de prateleira, e sem eficácia comprovada. O grande paradigma era tentar fazer o produtor acreditar no produto. Até que conseguimos convencê-los”, diz.

Hoje, segundo Urban, existem empresas sérias no mercado. “O controle biológico não é para qualquer um, e temos grandes empresas no mercado. O controle biológico é o futuro do Brasil e do mundo”, conclui.

Mercado

Pelo mundo. Dados da CPL Business Consultantes, no período de 2011 a 2014, mostram que o mercado mundial de defensivos agrícolas biológicos teve crescimento médio anual de 15,3%.

Corpo técnico passa a ter 142 doutores

Com a venda do Laboratório Farroupilha para a multinacional canadense Lallemand, a empresa mineira, que antes possuía dois doutores em desenvolvimento, agora, passa a contar com os 142 doutores da Lallemand, que formularão novas pesquisas de biológicos para o mercado agrícola mundial.

“Se somos hoje uma multinacional é porque sempre acreditamos no controle biológico, investimos em pesquisa, tecnologia, capital humano, processos e implementamos uma nova classe de produtos: os biopotentes. Evoluímos o mercado de biológicos”, diz o diretor executivo do Laboratório Farroupilha, Fernando Urban.

Com base em Montreal, a Lallemand possui cem anos de mercado, está em mais de 40 países dos cinco continentes e possui 2.900 colaboradores. É líder no desenvolvimento de leveduras, bactérias e outros microrganismos.  HELENICE LAGUARDIA Leia mais em otempo 28/01/2016



28 janeiro 2016



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