04 novembro 2015

Marcopolo vai assumir controle da Neobus

Processo vai ser concluído até 31 de janeiro de 2016. Autoridades de defesa de concorrência ainda devem dar o aval

A Marcopolo anunciou aos investidores que vai assumir o controle de outra encarroçadora de ônibus, a Neobus.

O negócio consolida uma das principais concentrações de mercado do setor. A fabricante de ônibus Marcopolo que hoje detém 45% da L & M Incorporadora, que é a controladora direta da San Marino Ônibus – Neobus, passará a ter 55% do capital total e votante.

A negociação deve ser concluída até 31 de janeiro de 2016. O intuito é aproveitar as estruturas das companhias, racionalizar processos e custos e aumentar eficiência, mas as marcas Marcopolo, Volare (miniônibus) e Neobus devem inicialmente continuar no mercado.

A negociação ainda depende do aval de autoridades de defesa da concorrência para se consolidar.

A Marcopolo hoje, somando a Volare, as unidades de Caxias do Sul e a antiga Ciferal, no Rio de Janeiro, detém cerca de 40% do mercado de carrocerias. A Neobus, que também tem sede em Caxias do Sul, responde por em torno de 12% das vendas.

O Blog Ponto de Ônibus teve acesso à carta aos investidores, na íntegra, e traz aos leitores.

MARCOPOLO S.A. (“Marcopolo” ou “Companhia”) (BM&FBovespa: POMO3, POMO4), em cumprimento ao disposto no art. 157, §4º da Lei nº 6.404/76 (“Lei das S.A.”), vem informar aos seus acionistas e ao mercado em geral que, nesta data, o Conselho de Administração da Marcopolo aprovou a celebração entre a Marcopolo e a L&M Incorporadora Ltda. (“L&M”), controladora direta da San Marino Ônibus Ltda. (“Neobus”), de uma carta de intenções não vinculante (“Carta de Intenções”), tendo por objetivo estabelecer as bases e os princípios que regularão as negociações para uma potencial incorporação da L&M pela Marcopolo (“Operação”).

Por meio da Operação, a totalidade das quotas da Neobus detidas pela L&M, que é titular de uma participação de 55% no capital total e votante da Neobus, passará a ser detida pela Marcopolo, que, nesta data, já detém uma participação minoritária de 45% do capital votante e total da Neobus. Desse modo, após a assinatura dos documentos definitivos (“Documentos Definitivos”) e o fechamento da Operação, a Marcopolo passará a deter o controle do capital da Neobus.

Descrição da Operação, Objetivos e Benefícios:

A Operação permitirá à Marcopolo consolidar o seu investimento na Neobus, companhia que atua no mesmo segmento da Marcopolo, possibilitando, assim, o aproveitamento das sinergias entre as operações, com ganhos de eficiência e racionalização de custos.

Além disso, as unidades de negócios Marcopolo, Neobus e Volare continuarão a operar de forma independente em termos de rede de comercialização e marcas. A Operação também possibilitará que a Marcopolo e a Neobus desenvolvam suas atividades com maior eficiência, tanto no país quanto por meio de exportações.

A incorporação da L&M pela Marcopolo, nos termos do art. 227 da Lei das S.A., resultará na absorção da totalidade do patrimônio da L&M pela Marcopolo, que sucederá a L&M em todos os seus direitos e obrigações, com a consequente extinção da L&M.

Em virtude da incorporação, os quotistas da L&M, em substituição às suas quotas da L&M que serão extintas, receberão 27.710.582 ações preferenciais de emissão da Marcopolo (“Relação de Substituição”). A Relação de Substituição foi estabelecida com base em negociações independentes entre as administrações da Marcopolo e da L&M, com base em avaliações econômico-financeiras da Marcopolo e da Neobus, não estando sujeita a ajustes. A incorporação não ensejará direito de retirada aos acionistas da Marcopolo, nos termos da Lei das S.A.

Condições para a Implementação, Aprovações e outras Informações sobre a Operação:

A consumação da Operação está sujeita à implementação de diversas condições, incluindo, entre outras, aprovação da incorporação pelos órgãos sociais competentes da Marcopolo e da L&M, conclusão satisfatória de due diligence na L&M e na Neobus, e em suas respectivas controladas, não alteração relevante do endividamento financeiro líquido da Neobus, obtenção da aprovação pelas autoridades de defesa da concorrência, e que seja alcançado acordo com relação aos Documentos Definitivos da Operação.

A Carta de Intenções prevê que os atuais controladores da L&M, que são os principais executivos da Neobus, tornar-se-ão acionistas da Marcopolo, e permanecerão na gestão direta da Neobus, como forma de preservar os fatores competitivos da marca.

As demais informações exigidas pela Instrução CVM nº 565/15 sobre a Operação serão divulgadas na forma de Fato Relevante quando da assinatura dos Documentos Definitivos e da convocação da assembleia geral da Marcopolo que irá deliberar sobre a incorporação da L&M.

Sujeito à satisfação das condições precedentes previstas na Carta de Intenções, as partes pretendem celebrar os Documentos Definitivos da Operação até 31 de janeiro de 2016.

A Marcopolo manterá os seus acionistas e o mercado informados sobre quaisquer eventos subsequentes relevantes relacionados à Operação. Caxias do Sul, 03 de novembro de 2015. Marcopolo S.A.  ADAMO BAZANI Leia mais em blogpontodeonibus 04/11/2015
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Marcopolo incorpora Neobus por R$ 54,6 milhões

O Conselho de Administração da Marcopolo aprovou a assinatura de carta de intenções, não vinculante, para estabelecer as bases e os princípios para uma potencial incorporação da L&M, controladora direta da San Marino Ônibus Ltda. (Neobus). Após a assinatura dos documentos definitivos e o fechamento da operação, as cotas da L&M serão transferidas para a Marcopolo. A alteração depende de manifestação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), entre outras medidas. A Neobus tem unidades fabris de ônibus em Caxias do Sul e Três Rios (RJ).
Atualmente, a Marcopolo detém 45% no capital votante e total da Neobus. Pelo acordo, os 55% detidos pela L&M passariam ao controle da Marcopolo. A L&M, por sua vez, será extinta, cabendo à Marcopolo todos os seus direitos e obrigações. Em virtude da incorporação, os quotistas da L&M, em substituição às suas quotas que serão extintas, receberão 27.710.582 ações preferenciais de emissão da Marcopolo em valor equivalente a R$ 54,6 milhões. As preferências da companhia fecharam em alta de 1,02% no pregão de ontem, a R$ 1,97. Com a transação, os ex-donos da Neobus passam a deter 2,99% dos papéis PN N2 da Marcopolo.

A relação de substituição foi estabelecida com base em negociações independentes entre as administrações da Marcopolo e da L&M, com base em avaliações econômico-financeiras de ambas as companhias, não estando sujeitas a ajustes. Satisfeitas as condições previstas na carta de intenções, as partes pretendem celebrar documentos definitivos da operação até 31 de janeiro de 2016.
De acordo com o CEO da Marcopolo, Francisco Gomes Neto, as duas companhias continuarão a atuar de maneira independente no mercado nacional e internacional, em termos de produtos, rede de comercialização e serviços. "A gestão continuará separada, como já ocorre atualmente, e como acontece com a unidade de negócio Volare, que tem linha de produtos e rede própria de representantes e concessionárias não vinculada à Marcopolo Ônibus. Também teremos sinergias nas áreas administrativas, operacional e de suprimentos", explica.

Segundo Edson Tomiello, CEO da Neobus, a mudança permitirá à empresa seguir independente nos aspectos de rede, comercialização, distribuição e portfólio de produtos. "No futuro, também poderemos aproveitar recursos fabris e logísticos, entre outros benefícios. O grande objetivo é a expansão do mercado internacional, visando otimizar e conquistar novos mercados e solidificar a marca", enfatiza. O documento prevê que os atuais controladores da Neobus - Edson Tomiello e Adelir Boschetti - permanecerão na gestão das operações para preservar os fatores competitivos da marca.

Receita acumulada da companhia até setembro registra recuo de 21%

A Marcopolo segue a sua estratégia de procurar minimizar o impacto da significativa queda de demanda do mercado brasileiro com o estímulo às exportações e o aumento das atividades de suas unidades internacionais. A empresa alcançou receita líquida consolidada de R$ 1,952 bilhão nos primeiros nove meses de 2015 contra R$ 2,465 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, com queda de 20,8%.

Na contramão da redução de demanda interna, as exportações e os negócios das unidades no exterior da Marcopolo cresceram 31,2% e reduziram a perda de 43,9% gerada no mercado brasileiro. O aumento das exportações no terceiro trimestre, sobretudo para atender a demanda de ônibus rodoviários, fez com que a Marcopolo deixasse de adotar, desde o início de outubro, a flexibilização de jornada em sua unidade fabril de Ana Rech, em Caxias do Sul. No entanto, a unidade Planalto, também em Caxias, segue com a programação de flexibilização de jornada.
Em unidades produzidas, o resultado obtido de janeiro a setembro deste ano pela companhia foi 32,6% inferior ao dos primeiros nove meses de 2014 (8.768 contra 13.017 unidades). No Brasil foram 6.962 unidades contra 11.344, no mesmo período, com queda de 38,6%. No exterior, houve aumento de 7,9% (1.806 contra 1.673).  Roberto Hunoff, de Caxias do Sul Leia mais em jcrs 04/11/2015






04 novembro 2015



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