08 outubro 2015

LogIn pode receber aporte de fundo ou ter ativos cindidos

A LogIn, empresa brasileira especializada na navegação costeira, deverá definir nas próximas
semanas o formato de um processo interno de reestruturação em curso na companhia, disseram fontes consultadas pelo Valor. Há pelo menos dois cenários sendo considerados. O primeiro prevê a entrada de um fundo de private equity estrangeiro no capital da empresa, mantendo inalterado o negócio da LogIn. Outra possibilidade é a divisão dos ativos portuário e de navegação da empresa, segundo fontes envolvidas nas negociações.

Há interessados em ficar somente com o Terminal de Vila Velha (TVV), um porto especializado em contêineres da LogIn no Espírito Santo. No mercado, há Terminal de Vila Velha (TVV), da LogIn, no Espírito Santo, movimentou 113 mil TEUs (contêiner de 20 pés) até junho informações de que a Maersk, um dos principais armadores de contêineres do mundo, é um dos candidatos a ficar com o TVV, mas não o único. Há outros investidores estrangeiros de olho no ativo. A Maersk afirmou que "não comenta sobre especulação de mercado".

O TVV movimentou 113,2 mil TEUs (contêineres equivalentes a 20 pés) de janeiro a junho, queda de 1,3% sobre igual período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do terminal no período foi de R$ 26,6 milhões, queda de quase 41% sobre o primeiro semestre do ano passado. Outro ativo da LogIn são os navios que atuam na navegação costeira. Ao fim do primeiro semestre, a empresa contabilizava uma frota de nove navios em operação, sendo parte própria e parte afretada. A LogIn conta ainda com terminais intermodais.

Em maio deste ano, a LogIn publicou fato relevante afirmando que estava avaliando "alternativas estratégicas junto a potenciais investidores". A BR Partners já havia sido contratada, no segundo semestre do ano passado, para atuar como assessora financeira da LogIn na operação. Procurada para falar sobre a reestruturação, a LogIn disse que não iria se pronunciar. Em entrevista publicada este ano pelo Valor, o presidente da LogIn, Vital Lopes, reconheceu que a empresa buscava capital para investimento, mas afirmou na ocasião que a companhia não estava à venda. Na mesma entrevista deixou no ar uma interrogação ao dizer que a empresa "está à venda todos os dias" por ser de capital aberto e estar nos pregões da BM&F Bovespa.

Em 2007, quando ainda tinha a Vale como um de seus acionistas, a LogIn abriu o capital em bolsa, operação na qual captou R$ 848 milhões, e aderiu ao Novo Mercado. A Vale vendeu sua fatia na empresa no fim de 2013. Na estrutura acionária atual da LogIn, estão presentes a gestora Fama, a Petros, o fundo de pensão da Petrobras, e o Fator, além de outros investidores, entre os quais Arbela e
Lapb.

Fontes do mercado dizem que a MSC e a CMA CGM, segundo e terceiro maiores armadores de longo curso do mundo, também estudam a LogIn como forma de entrar na navegação de cabotagem brasileira, onde já atuam seus concorrentes, os grupos Maersk e Hamburg Süd, por meio da Mercosul Line e Aliança, respectivamente. Oficialmente a MSC e a CMA CGM preferiram não se pronunciar.

Recentemente, a CMA CGM e a LogIn firmaram um acordo de longo prazo no serviço LogIn Atlântico Sul, por meio do qual a companhia de origem francesa compra espaço no serviço da brasileira que escala diversos portos. O armador alemão Hapag Lloyd é outro interessado na LogIn, segundo fontes de mercado. Mas a empresa preferiu não comentar.

Nos últimos anos, a LogIn vem tentando consolidar sua operação e seus resultados.
A companhia fechou o primeiro semestre de 2015 com prejuízo de R$ 130,7 milhões. O endividamento em 30 de junho era de R$ 1,6 bilhão, sendo mais de R$ 1 bilhão referente à construção de navios. No ano passado, a LogIn enfrentou  dificuldades e precisou renegociar condições contratuais com o Estaleiro Ilha S.A (Eisa), do Rio, para levar adiante a construção de parte dos navios que havia encomendado e ainda não foram entregues. No começo deste mês, a LogIn divulgou comunicado informando que alongou prazos de dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) relativa à construção de quatro navios. Por Francisco Góes, Ana Paula Ragazzi e Fernanda Pires | Do Rio e de Santos Fonte: Valor Econômico Leia mais em sinicon 08/10/2015


08 outubro 2015



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