12 setembro 2015

Vamos entregar as companhias brasileiras de bandeja, diz Edemir

Para Edemir, o governo brasileiro não se deu conta da gravidade da perda do grau de investimento para as companhias brasileiras

A perda do grau de investimento pelo Brasil torna todas as empresas brasileiras mais vulneráveis e mais frágeis, não apenas do ponto de vista financeiro, mas porque o valor de mercado das companhias "caiu dramaticamente", afirma o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. "Isso significa que vamos entregar as companhias brasileiras de bandeja para quem está de fora. O preço das empresas está na bacia das almas", afirma o executivo.

Edemir afirma ainda que, além disso, a perda pelo Brasil do investment grade pela empresa de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) significa que se perdeu a possibilidade do País atrair investidores de longo prazo, como os grandes fundos de pensão globais, que precisam desse selo para entrar no país. "Nesse sentido a possibilidade, inclusive, de IPOs(oferta inicial de ações) fica mais distante para as empresas brasileiras", disse o executivo.

Gravidade

Para Edemir, o governo brasileiro não se deu conta da gravidade da perda do grau de investimento para as companhias brasileiras, assim como para os investimento e, como consequência, para as perspectivas de recuperação da economia. "A perda do grau de investimento significa que todas as empresas brasileiras terão um custo de captação de recursos muito maior", disse.

O executivo destacou que o custo maior de captação significa um ônus, já que torna o investimento e capital de giro mais caros, o que acaba tornando a produção brasileira menos rentável. "Ficou mais caro produzir e mais caro gerar empregos e isso vai bater direto na renda das pessoas e vai tornar ainda mais difícil a recuperação da economia", afirmou.

Segundo Edemir, a discussão em torno do assunto está "correndo" como se fosse um problema do orçamento, uma questão política. "É muito mais grave do que isso", disse. "Sem grau de investimento teremos menos crescimento e menos emprego", conclui. Agência Estado Leia mais em correiobraziliense 10/09/2015

12 setembro 2015



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