12 agosto 2015

Brookfield avança em edifícios comerciais

O grupo canadense Brookfield está colocando em prática seu plano de expansão na área de "properties" (prédios comerciais) no Brasil, mercado no qual o grupo ainda tem poucos ativos, mas quer se tornar relevante, de acordo com uma fonte próxima à companhia.

Na terça-feira, 11, a BR Properties, empresa de gestão de ativos imobiliários, que tem o BTG Pactual como maior acionista individual, anunciou a venda de quatro imóveis em São Paulo e no Rio de Janeiro para os canadenses.

Pelo acordo, a BR Properties vendeu quatro imóveis, entre eles duas torres comerciais no complexo JK Iguatemi, um prédio na Cidade Jardim, todos em São Paulo, e um prédio no Rio de Janeiro, por R$ 2,079 bilhões, dos quais R$ 800 milhões correspondem a dívidas que serão assumidas pelo comprador. A transação ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

No início deste mês, a BR Properties também tinha anunciado a venda de dez imóveis para o fundo BRE, que pertence à gestora de private equity (que compra participações em empresas) Blackstone, por R$ 1,065 bilhão .Esses recursos serão utilizados pela BR Properties para reduzir sua dívida, que no segundo trimestre ficou em R$ 4 ,3 bilhões, e para pagar dividendos aos seus acionistas.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Claudio Bruni, presidente da BR Properties, afirmou que a companhia tinha R$ 10,6 bilhões em ativos imobiliários, sobretudo no Rio e em São Paulo, no segundo trimestre; agora, o total será reduzido para cerca de R$ 7,6 bilhões. No momento, diz ele, a empresa não tem intenção de se desfazer de mais imóveis, mas vendas de ativos não estão descartadas. Em fevereiro, a BR Properties anunciou que faria uma oferta pública de aquisição de ações (OPA), que acabou não se concretizando. A oferta previa pagamento de R$ 12, mas encontrou resistência do mercado.

Ontem, as ações ordinárias (com direito a voto) da BR Properties encerraram com alta de 4,18%, a R$ 10,97. O mercado viu com bons olhos a operação anunciada pela companhia.

Expansão

Com aproximadamente R$ 1,5 bilhão em imóveis comercias sob gestão no Brasil, a Brookfield Properties quer expandir sua atuação nesse segmento no Brasil, a exemplo do que já faz no mundo, onde administra US$ 117 bilhões, entre prédios de escritório, shoppings, galpões industriais, hotéis, entre outros negócios.

No Brasil, a exposição do grupo nesse setor ainda é considerada pequena, afirmou uma fonte próxima à companhia. A empresa fez sua estreia no Brasil em 2013 e quer se tornar referência em imóveis de alto padrão. A estratégia é avançar mais. Com a operação fechada com a BR Properties, eleva de sete para 11 os prédios comerciais, saltando dos 127 mil metros quadrados atuais de área bruta locável para cerca de 200 mil metros quadrados. A empresa está presente em São Paulo, no Rio, em Minas Gerais e Brasília e tem em carteira o empreendimento Faria Lima 3.500, onde está o Itaú BBA, além do Worldwide Offices, na Barra da Tijuca.

Além de ativos imobiliários, a canadense está ampliando sua participação no Brasil em energia renovável. Em julho, a Brookfield anunciou a compra de duas pequenas centrais hidrelétrica (PCHs), por R$ 390 milhões, que pertenciam à EDP Energias do Brasil. Em dezembro passado, a canadense anunciou ainda a compra de ativos de geração da Energisa, concluída em março deste ano, por R$ 2,12 bilhões. Essa operação envolveu usinas de biomassa, PCHs.

Mas é em infraestrutura que a Brookfield tem mais apetite. No início do ano, a companhia informou que pretende investir cerca de US$ 2 bilhões nesse setor no Brasil. A empresa tem interesse em uma fatia da Invepar, dona do aeroporto de Guarulhos, que pertence à OAS. Envolvida na Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, empreiteira está em recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça suspendeu o empréstimo de R$ 800 milhões feito pela Brookfield à companhia, que poderia se reverter na compra de uma fatia da Invepar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Por Mônica Scaramuzzo | Estadão Leia mais em Yahoo 12/08/2015


12 agosto 2015



0 comentários: