13 julho 2015

Venda de ativos da CSN poderá ocorrer ainda este ano, diz Steinbruch

O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, disse nesta segunda-feira, 13, que a venda de ativos da companhia não relacionados à atividade principal poderá acontecer ainda neste ano. "Tendo em vista os juros hoje no Brasil, temos que tomar cuidado com o nível de endividamento", disse no Congresso Brasileiro do Aço, que se realiza em São Paulo. A alavancagem da CSN, medida pela razão dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no primeiro trimestre deste ano estava em 4,76 vezes, ante um indicador de 4 vezes visto no último trimestre do ano passado e de 2,7 vezes nos três primeiros meses do ano anterior.

O esforço, disse o executivo, é para que as vendas ocorram ainda neste ano.

Segundo ele, aqueles ativos que, "apesar de muito bons, não estão gerando Ebitda adequado", podem ser objeto de desinvestimento no momento, sendo que um dos objetivos é o fortalecimento dos ativos considerados estratégicos pela companhia, que são mineração, siderurgia e cimento. "Dentro disso vamos estudar uma maneira de 'devargazinho', na medida que tem oportunidade, oferecer esses bons ativos que temos, que não são diretamente relacionados à atividade core, ao mercado", afirmou.

Em abril, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, noticiou que a CSN havia colocado à mesa a possível venda de seu Terminal de Contêineres (Tecon), ativos de energia detidos pela companhia e também do setor imobiliário, como terrenos, oriundos da época da privatização.

O Tecon, um porto concentrador de cargas, é o maior terminal de contêineres do Rio de Janeiro e um dos maiores do Brasil em seu segmento, no Porto de Itaguaí, na bacia de Sepetiba. Entre os ativos de energia, a CSN possui participação na Usina Hidrelétrica de Itá, localizada no Estado de Santa Catarina, com capacidade de 1.450 MW e na Usina Hidrelétrica de Igarapava, localizada em Minas Gerais, com capacidade de 210 MW, por exemplo.

Além desses ativos, o executivo disse que poderá ser vendida a fatia "excedente" que a CSN possui na MRS, ou seja, aquela não vinculada ao acordo de acionistas.

A fatia que a CSN detém da Usiminas também está no rol de ativos à venda, confirmou Steinbruch hoje, conforme já havia sido noticiado pelo Broadcast. A siderúrgica de Volta Redonda (RJ) tem quase 12% das ações com direito a voto de sua concorrente, fatia que, por decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) precisa ser desfeita. "É um potencial (a ser vendido). É claro que as ações da Usiminas seguem enquadradas dentro disso", destacou.
Preço do aço

Em um cenário de menor demanda pelo aço, a CSN está flexibilizando os prazos a seus clientes, mas não está dando descontos, disse Steinbruch. "O mais importante que o preço é prazo. Talvez o instrumento que teria mais resultado seria a flexibilização do prazo", afirmou.
Segundo ele, a CSN está trabalhando de forma verticalizada com os clientes. Por Fernanda Guimarães | Estadão Leia mais em Yahoo 13/07/2015

13 julho 2015



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