17 julho 2015

Venda de 10% em Libra pode render até US$ 2,9 bilhões

A Petrobras está oferecendo uma fatia de 10% em Libra, no pré­sal de Santos, inicialmente aos sócios Shell (20%), Total (20%) e as chinesas CNPC (10%) e CNOOC (10%). A estatal detém 40% do projeto. A negociação, segundo fontes ouvidas pelo Valor, pode render entre US$ 900 milhões e US$ 2,9 bilhões, ou seja, entre 30% e 320% a mais do que a companhia pagou em bônus de assinatura por 10% da área, no leilão de 2013.

A licença para exploração do campo foi adquirida pelo consórcio, na ocasião, por R$ 15 bilhões, sendo R$ 6 bilhões desembolsados pela estatal. Em dólares, na época, a Petrobras pagou US$ 2,7 bilhões pelos 40% do campo, ou US$ 690 milhões por uma fatia de 10%.

Segundo avaliação do Bank of America Merrill Lynch, a venda de 10% de Libra pode render entre US$ 1,9 bilhão a US$ 2,9 bilhões à Petrobras. Os valores variam devido à taxa de desconto aplicada. Os analistas Frank McGann e Vicente Falanga Neto fizeram cenários de venda aplicando taxas de desconto de 10% a 40%. Para efeitos de comparação, a estimativa do valor dos 66% que a Petrobras detém em Carcará, onde é sócia da Galp, QGEP e Barra Energia, varia de US$ 1,4 bilhão e US$ 2,1 bilhões.

Já o analista de um outro importante banco internacional, que aceitou comentar sob condição de anonimato, estima que o valor de Libra varia de US$ 900 milhões a US$ 1 bilhão, considerando­se o cenário de baixa dos preços do barril.

A decisão de vender Libra se dá num cenário desafiador. Os preços deprimidos do petróleo impactam diretamente o caixa das empresas. Um bom termômetro para medir a restrição nos investimentos foi o primeiro leilão de blocos exploratórios do México, tão aguardado pelo mercado, que negociou esta semana apenas dois dos quatorze blocos ofertadas.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, no entanto, Libra tende a atrair o interesse das petroleiras mesmo num momento pouco favorável. O consultor prevê que, com o fim das sanções ao Irã, o cenário de baixa dos preços do barril deve se alongar. Ele, contudo, acredita no sucesso da Petrobras na tentativa de vender Libra.

“É um caso a parte no mercado. É um ativo muito interessante, uma das maiores descobertas de petróleo da última década, e possui risco baixo no investimento”, avalia Pires, destacando o potencial de reservas da área. De acordo com a estimativa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Libra possui entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris recuperáveis.

Segundo Pires, a fatia de 10% em Libra não muda o “status quo” do consórcio responsável pela exploração e produção do campo. “Por lei a Petrobras tem que deter no mínimo 30% de Libra. Isso significa que mesmo vendendo uma fatia na área, a Petrobras se mantém como operadora”, disse. Fonte: Valor Econômico Leia mais em abegas 17/07/2015

17 julho 2015



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