03 julho 2015

Usiminas planeja retomar venda de ativos

Mergulhada em uma crise que vai muito além do cenário adverso no setor industrial, sobretudo no mercado de aço, a siderúrgica Usiminas deverá retomar seu projeto de venda de ativos para enfrentar as dificuldades que virão pela frente. A proposta de venda de negócios considerados não estratégicos deverá ser feita na reunião do conselho de administração da companhia, prevista para 27 de agosto, apurou o jornal "O Estado de S. Paulo" com uma fonte familiarizada com o assunto.

A estratégia é levantar recursos para a siderúrgica aliviar o caixa da companhia, em um momento em que o setor e a empresa passam por uma situação delicada. Em maio, a companhia anunciou o desligamento de dois altos-fornos, um em Cubatão (SP) e outro em Ipatinga (MG), com a redução da demanda das montadoras. Nesta semana, a Usiminas dá início à redução de jornada dos funcionários da área administrativa, que passam a trabalhar quatro dias por semana. Na quarta-feira, 1, a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s rebaixou as notas de crédito da siderúrgica. O rating em escala global foi rebaixado para BB-, de BB; o rating em escala nacional foi rebaixado para brA, de brA+.

Não é a primeira vez que a companhia decide colocar ativos à venda. Em 2012, a empresa anunciou que iria se desfazer das unidades Mecânica (bens de capital) e Automotiva (cabines para caminhão). Em 2013, vendeu sua divisão automotiva por R$ 210 milhões para a empresa Aethra.

Além da divisão de bens de capital, terrenos e a participação da Usiminas na ferrovia MRS são ativos que podem ser vendidos. "Ainda não está definido o que pode ser vendido, mas está claro que a companhia precisa de um plano de ação, uma vez que o cenário global para os preços da commodity não deve melhorar até o segundo semestre de 2016. Também estudamos trocar executivos da companhia, mas Rômel de Souza continua na presidência", disse um membro do conselho de administração.

Em meio a esse cenário macroeconômico turbulento, os dois principais sócios da siderúrgica - a japonesa Nippon Steel e o grupo ítalo-argentino Ternium, do grupo Techint, que fazem parte do bloco de controle da Usiminas - ainda travam uma briga na Justiça que está longe de um desfecho.
A decisão de venda de ativos na companhia não é unânime. Outra fonte consultada pelo jornal disse que está difícil atrair um comprador na área de bens de capital. Para outros negócios, essa mesma fonte também considera que a companhia não conseguiria preços atraentes. Procurada, a Usiminas disse que a informação sobre venda de ativos "não procede". Nippon e Ternium não comentam o assunto.

A Nippon e a Ternium brigam desde setembro, quando três executivos, entre eles o presidente Julián Eguren, e os diretores Paolo Bassetti e Marcelo Chara, nomes de confiança da Ternium, foram destituídos. A Nippon alegou que eles estavam recebendo benefícios irregulares. A Ternium discorda e tentou reverter a destituição na Justiça, sem sucesso. Os três voltaram para a Ternium. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Por Mônica Scaramuzzo | Estadão Leia mais em Yahoo 02/07/2015


03 julho 2015



0 comentários: