12 maio 2015

Passarelli define futuro de projetos em geração elétrica

Dona de uma carteira de projetos com potencial para gerar 2 mil megawatts (MW), a construtora Passarelli define até o fim do ano seu futuro no setor elétrico.

A construtora estuda tanto negociar com parceiros estratégicos como vender 100% dos projetos, que estão prontos e pertencem a PEC, empresa criada em sociedade com a Engeform e Construbase. Os três sócios dividem 94% da empresa em partes iguais e os outros 6% pertencem a outros dois acionistas. São 1,7 mil MW de geração eólica e 300 MW em pequenas centrais Hidrelétricas (PCHs)

A Passarelli tem uma trajetória parecida com outras construtoras nacionais. Com 83 anos e tradicional atuação na construção civil (residencial e comercial) e em obras públicas (saneamento e mobilidade urbana, principalmente), nos anos 2000 decidiu atuar de forma mais incisiva como investidora e gestora de ativos de infraestrutura, como rodovias e energia elétrica.

Na conta da companhia, seriam necessários cerca de R$ 10 bilhões para tirar todos as usinas do papel. Mesmo conseguindo financiar 70% no mercado, como normalmente ocorre nesse tipo de projeto, seriam necessários outros R$ 3 bilhões em capital próprio, valor ainda alto para o caixa dos sócios. A empresa fechou 2014 com receita total, somando todas as áreas de atuação (construção imobiliária, obras públicas, locação de equipamentos, tecnologia de saneamento e energia), de R$ 500 milhões, alta de 5% sobre 2013.

A construtora já está erguendo dois parques eólicos em uma mesma área em Garanhus (PE). O projeto Serra da Vaca tem uma primeira fase de 98 MW, com investimento de R$ 500 milhões. Essa energia foi vendida em um leilão A-3 com entrega prevista para dezembro deste ano. O segundo tem 48 MW de capacidade vendido em leilão A-5 e com entrega para o fim de 2017. Esse segundo parque prevê investimento de R$ 250 milhões.

Hugo Scott, presidente da Passarelli, conta que a Chesf comprou 49% do projeto e se tornou um sócio estratégico. "Temos ainda um terceiro parque que poderá ser construído na mesma área, com capacidade para 30 MW." As usinas do Serra da Vaca tem 70% de financiamento do BNDES.

Os projetos eólicos já têm os terrenos garantidos e estão espalhados em Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. Todos no interior dos Estados, não há nenhum projeto perto do mar. Segundo Scott, isso reduz o desgaste dos equipamentos causado pela maresia.

Os investimentos em energia fazem parte da estratégia da companhia de diversificação e redução da dependência da construção. Há oito anos, 95% da receita tinha origem nas obras públicas. O plano da Passarelli é chegar a 2020 com faturamento de R$ 2 bilhões, sendo apenas metade no segmento. Os outros negócios devem gerar a outra metade.

A empresa já administrou uma concessão rodoviária no interior de São Paulo, vendida para a OHL, hoje nas mãos da Arteris. Eram 180 quilômetros em sociedade com outras cinco construtoras. "A rodovia foi um aprendizado. O custo de operação é baixo, o investimento sim é alto e exige planejamento", diz Scott.

Sobre a expansão em novos projetos de infraestrutura, o presidente da companhia diz que a área de saneamento é a mais viável, pela longa experiência que a Passarelli tem com o segmento. Nesse cenário, ele inclui desde PPP a concessão pura.

Neto do fundador Sylvio Passarelli, Scott é um dos poucos membros da família ainda na companhia. A empresa passou por um processo de profissionalização que deslocou a família para um conselho familiar, criou um conselho de administração com participação de conselheiros independentes e contratou executivos profissionais. "O objetivo era passar de uma empresa familiar para uma família empresária." Ainda não há um prazo definido, mas Scott também deve deixar a empresa no futuro.  Veiculo:VALOR ECONÔMICO Por Carlos Prieto | Leia mais em cliptvnews 12/05/2015

12 maio 2015



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