22 maio 2015

Disputa pelas usinas do Grupo Ruette em SP deve ser acirrada

Cinco investidores assinaram acordos de confidencialidade com a Antonio Ruette Agroindustrial, mais conhecido como Grupo Ruette, para negociar a aquisição de seus ativos sucroalcooleiros. Conforme antecipou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, as gestoras Black River e Brookfield e os grupos sucroalcooleirosGuarani, Nardini Agroindustrial e Santa Isabel estão no páreo.

As empresas têm até o dia 5 de junho para apresentar suas propostas. Outros dois grupos estrangeiros, um americano e outro asiático, também solicitaram informações sobre a companhia e devem recebê­las ainda nesta semana, de acordo com fontes do mercado.Com duas unidades industriais no Estado de São Paulo, que somam uma capacidade de moagem de 3,6 milhõesde toneladas de cana, o Grupo Ruette foi posto à venda em abril, depois de um acordo ("standstill") com credores financeiros. Antes disso, a empresa havia apresentado oficialmente um pedido recuperação judicial, mas voltouatrás após a assinatura desse acordo, que a "blindou" de cobranças e protestos (pelos credores signatários) por 180 dias.

O grupo tem dívidas de R$ 600 milhões e estima­se que suas duas usinas possam ser vendidas por um valor próximo a esse endividamento. Conforme fontes do segmento, o desfecho da negociação não será necessariamente a venda das duas usinas para um único player. A visão de pessoas próximas à empresa é que faz mais sentidonegociar as usinas separadamente, na medida que cada uma delas agrega um valor diferente a cada pretendente, em virtude das sinergias em potencial.

Uma das sete usinas da Guarani, controlada pela Tereos Internacional, está a 40 quilômetros de uma das unidades da Ruette. Mas ao lado também está uma usina da Nardini. A outra unidade à venda está em Ubarama, mais próxima da usina Santa Isabel, em Novo Horizonte.Conforme apurou o Valor, no fim das contas os atuais acionistas do Grupo Ruette poderão inclusive manter uma participação acionária no negócio, desde que consiga atrair um sócio estratégico que assuma a parte correspondente da dívida do ativo que adquirir.

A reportagem apurou, ainda, que o Grupo Ruette também considera colocar em ação um plano de pagamento dos credores que prevê a amortização da dívida em oito anos caso, após o período de vigência do acordo, a venda das usinas não seja efetivada.Procurada, a usina Santa Isabel não retornou as ligações. A Nardini Agroindustrial enviou nota na qual afirma que, em função da situação econômica que atravessa o segmento sucroenergético, está focada em realizar suas atividades já existentes. Brookfield e Black River não comentaram.

O diretor para o Brasil do grupo Tereos, Jacyr Costa Filho, afirmou que uma possível negociação para a compra de ativos do Grupo Ruette "não está no radar" da sua controlada Guarani, uma das maiores companhias da área. O executivo disse que o foco da empresa é melhorar a produtividade e os resultados da operação sucroalcooleira,apesar de não descartar avaliar ativos caso haja oportunidade "que faça sentido".

Em meio às negociações de venda de suas usinas, o Grupo Ruette também está tendo que administrar execuções de bens movidas por bancos que não aderiram ao "standstill' ou seja, não precisam respeitar o acordo de não cobrar o montante que têm a receber ou seus juros. Nessa situação estão o BNP Paribas, o Safra e o Bicbanco.Juntas, essas instituições têm a receber cerca de R$ 60 milhões, e para isso estão buscando o arresto e a penhora de bens. Fonte: Valor Econômico Leia mais em revistacanavieiros 22/05/2015


22 maio 2015



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