08 dezembro 2014

Conselho da Oi confirma acordo para venda de ativos portugueses por 7,4 bilhões de euros

A Oi confirmou na noite desta segunda-feira acordo para venda dos ativos portugueses da Portugal Telecom ao grupo europeu Altice por 7,4 bilhões de euros, mas a transação que marcará o fim abrupto da fusão das duas empresas ainda precisa ser aceita por acionistas do grupo português.

A companhia brasileira divulgou ao mercado que seu conselho de administração finalizou "formalidades" sobre os termos para a venda dos ativos. O acordo com a Altice inclui ajustes de caixa e dívida e pagamento diferido de 500 milhões de euros relacionados à geração futura de receita da PT Portugal, que reúne os ativos portugueses do grupo.

O acerto com a Altice também envolve as operações da Portugal Telecom na Hungria, mas não os ativos africanos do grupo português, que também são alvo de venda pela Oi.

A Reuters havia publicado na sexta-feira passada que o conselho da Oi já tinha aprovado a venda das operações portuguesas à Altice.

A PT Portugal é detida totalmente pela Oi, após um processo de fusão conturbado que foi atingido pela descoberta de um investimento de cerca de 900 milhões de euros da Portugal Telecom na Rioforte, uma empresa do grupo português Espírito Santo. O valor não foi pago à Portugal Telecom em meados deste ano e gerou uma série de incertezas entre os acionistas da Oi, o que azedou a união das companhias.

Após o escândalo, o presidente-executivo da Oi Zeinal Bava deixou a empresa e seu substituto Bayard Gontijo passou a defender a venda das operações portuguesas como forma de levantar recursos que permitissem à Oi ser "protagonista" do processo de consolidação do mercado de telecomunicações no Brasil, algo que pode envolver uma oferta pela rival TIM.

Porém, a venda dos ativos portugueses da PT Portugal depende de aprovação de uma futura assembleia de acionistas da Portugal Telecom SGPS, empresa que ficou com os títulos não pagos pela Rioforte além de uma participação de 25,6 por cento no capital da Oi.

Na semana passada, fonte da Portugal Telecom SGPS, afirmou à Reuters que representantes da empresa no conselho da Oi se ausentaram da reunião que decidiu pela venda dos ativos como forma de se manterem neutros, uma vez que a empresária angolana Isabel dos Santos lançou uma oferta de compra da empresa portuguesa para tentar travar a venda das operações da Portugal Telecom.

Além disso, a Oi ainda precisa que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dê aval para uma polêmica operação de permuta de ações combinada com os acionistas controladores da Portugal Telecom após a descoberta do calote da Rioforte e que permitiu à empresa brasileira ficar com os ativos portugueses.

Representantes da Oi afirmaram que não vão comentar a venda dos ativos à Altice além da divulgação do comunicado desta segunda-feira. (Por Alberto Alerigi Jr.) Reuters Leia mais em Bol.Uol 08/12/2014

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OI CONFIRMA VENDA DA PT À FRANCESA ALTICE

A operadora de telefonia Oi confirmou ontem à noite a venda da PT Portugal à francesa Altice por € 7,4 bilhões (US$ 9 bilhões), incluindo a previsão de um pagamento diferido (“earn-out”) de € 500 milhões relacionado à geração futura de receita da PT Portugal. A Oi adquiriu esses ativos há cerca de um ano, ao fazer uma fusão com a Portugal Telecom.

Segundo a Oi, o fechamento da venda está condicionado à reorganização societária com objetivo de delimitar os negócios que não serão alienados, como a Africatel, a Timor Telecom e os investimentos detidos pela PT Portugal na Rio Forte (objeto de permuta com a PT SGPS por ações da Oi, ainda sujeita à aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários), bem como todo ou parte do endividamento da PT Portugal.

A conclusão do negócio depende ainda de autorizações concorrenciais e regulatórias.

“Com mais esse passo concluído, a Oi segue com o objetivo de reforçar sua capacidade financeira de forma a manter o seu propósito de protagonizar o movimento de consolidação no mercado de telecomunicações no Brasil”, reafirmou a operadora.

A Oi poderá usar o dinheiro da venda para reduzir sua dívida e financiar acordos no Brasil, já que sua administração planeja fazer uma proposta de aquisição ou fusão com a TIM, e também se tornar uma operadora internacional.

Para o bilionário franco-israelense Patrick Drahi, controlador da Altice, a compra desses ativos representa o segundo maior acordo no setor de telefonia europeu. A concentração do mercado, segundo ele, contribuirá para reduzir custos e aumentar receitas, discurso semelhante ao que as operadoras vêm fazendo no Brasil, que também passa por um processo de consolidação.

Na bolsa de Amsterdã, a ação da Altice fechou em alta de 2,96%, para € 61,49. Com isso, o valor de mercado da empresa ficou em € 18,7 bilhões. Na BM&FBovespa, a ação da Oi foi cotada a R$ 1,64, em queda de 1,2%.  Por Thais Carranca e Ivone Santana | Valor Econômico | leia mais em sbvc 09/12/2014


08 dezembro 2014



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