13 outubro 2014

Comprar ou vender empresa. Eis a questão.

Em plena crise econômica de 2008, escrevemos os dois textos abaixo a respeito do momento de se comprar ou vender empresas. Depois de 6 anos a abordagem do tema continua oportuna.

Comprar ou vender empresa. Eis a questão.

Uma das tradicionais questões que sempre se coloca em relação a operações de M&A é quando é o melhor momento para se comprar ou vender uma empresa. A o longo dos últimos anos bateram-se recordes de operações, seja na quantidade de empresas seja no montante das operações que foram realizadas, atribuídas, sobretudo, a janela de oportunidades proporcionadas pelo excesso de liquidez do mercado financeiro internacional.

O que se coloca agora é: com a crise financeira que se abateu sobre a economia mundial quais as perspectivas que se apresentam. Um ponto não se tem dúvidas. As operações de M&A continuarão a acontecer, provavelmente com intensidades diferentes, múltiplos de valor menores, limitação das aquisições alavancadas em crédito, casos de desinvestimentos mediante venda de ativos ou unidades de negócios por conta da escassez de crédito e necessidade de capitalização, etc. No Brasil, um dos carros chefes que aumentava o apetite do mercado eram os IPO’s – abertura de capital das empresas, na Bovespa. Rarearam em 2008 e possivelmente este cenário se repetirá em 2009.

As empresas de modo geral continuarão buscando além do crescimento orgânico, oportunidades via M&A que contribuam para ampliar a oferta de produtos e serviços, aumento de market-share, seja por conta de aumento do faturamento via expansão regional ou base de clientes em nichos selecionados, internacionalização, ou mesmo pela necessidade de inovação. O que pode ocorrer é uma redução da velocidade dos processos enquanto o horizonte dos desdobramentos da crise não fique claro para os consolidadores.

As opiniões não são unânimes.
Por Ruy Moura Leia a integra em fusoesaquisicoes 11/10/2008

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Horizonte das operações de M&A

As operações de Fusões & Aquisições no “ middle-market” brasileiro nos próximos seis ou doze meses deverão ter forte influência de fatores decorrentes da atual crise financeira internacional. A relação abaixo não esgota o assunto, simplesmente evidencia algumas ações que já estão ocorrendo.

1. As grandes operações de M&A serão postergadas - Por conta das incertezas, particularmente do impacto de eventuais restrições de crédito a taxas atrativas, os planos de crescimento agressivos que implicam em desembolsos elevados no curto prazo poderão ser suspensos ou adiados alguns meses devido à falta de crédito.
2. Crescimento das participações de Fundos de Private Equity – Os Fundos deverão aumentar sua representatividade no processo e ser um relevante parceiro fora do mercado de capitais para investimentos de longo prazo em empresas de capital fechado.
3. Redução do número de IPO’s - Mesmo que em 2008 praticamente não ocorreram operações de abertura de capital, havia, contudo, expectativas por parte de várias empresas que estavam se preparando para ir ao mercado. Um adiamento do processo de cerca de um a dois anos, até os mercados voltarem ao normal é inevitável. O foco das aquisições será preponderantemente com recursos do mercado doméstico.
4. Valuation – múltiplos menores - Comparativamente, os múltiplos praticados até recentemente sofrerão alguma redução por conta da redução da liquidez e da retração do número das empresas consolidadoras.
5. Redução das operações alavancadas - As operações de crédito alavancadas ficarão mais difíceis e as condições mais restritivas (covenants).
6. Participação maior para Earnouts - Nos casos em que o preço de aquisição é composto por parcela de pagamento no fechamento e parcela(s) dependentes de cumprimento de metas e indicadores de desempenho por parte dos gestores (earnout), esta última passa a ter maior peso.
7. Alongamento dos prazos pagamentos - Possivelmente haverá negociações para ampliar ao prazo de pagamento da aquisição e, principalmente, redução do valor da primeira parcela “cash”.
8. Due diligence mais demorada e rigorosa - Como forma de mitigar eventuais riscos de uma diligência mais expedita, os compradores serão mais rigorosos, principalmente em relação às contingências e seus respectivos desencaixes financeiros.
9. Consolidação entre grupos intermediários – limitações de crédito e difícil acesso ao mercado de capitais farão que empresas de porte médio, que tenham competências em mercado em crescimento poderão aproveitar economias de escala mediante fusões entre elas.
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Qual é a sua lista?
Por Ruy Moura Leia a integra em fusoesaquisicoes 12/10/2008

13 outubro 2014



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