29 outubro 2014

Bolsa vê potencial em saúde e educação para IPO

Cinco empresas dos setores de educação, saúde e serviços de tecnologia foram selecionadas pela BM&FBovespa para apresentar seus negócios a investidores durante o 9º Fórum Abertura de Capital, realizado ontem pela manhã na capita paulista.

No processo seletivo, além de olhar para o negócio de cada companhia, a bolsa considerou também os setores mais promissores. "Educação e saúde têm mostrado um bom desempenho na bolsa e achamos o segmento de tecnologia, embora pouco representado hoje, promissor", disse Cristiana Pereira, diretora comercial e de desenvolvimento de empresas da BM&FBovespa. Para ela, esse último é um setor dinâmico e tem potencial para atrair o interesse de mais investidores.

A empresa Plena Saúde, por exemplo, que presta serviços médicos e hospitalares para população de baixa renda na zona oeste da região metropolitana de São Paulo, foi uma das selecionadas para o evento e espera conseguir um aporte para ajudar em seu plano de expansão na periferia. "Temos 50 mil associados hoje e queremos chegar a 1,5 milhão no médio prazo", contou o presidente executivo da empresa, Roberto Ranieri.

Com um aporte, a perspectiva para entrar no Bovespa Mais, mercado de acesso da bolsa, também aumenta. "Agora, com as novas medidas que oneram menos as empresas de médio e pequeno porte, achamos que será possível", disse Ranieri. A Plena Saúde espera um faturamento de R$ 105 milhões em 2014, acima dos R$ 97 milhões que teve no ano passado.

No setor de educação, a Damasio, conhecida por atuar na área de ensino de direito, tem hoje 55 mil de alunos no ensino superior e espera crescer em outras áreas da educação, como administração e ciências contábeis. "Nossa intenção é investir em instituições de pequeno porte nas áreas que almejamos e, depois, priorizar o crescimento de alunos", afirmou Thiago Sayão, presidente executivo da companhia.

A Damasio planeja abrir sete faculdades de direito em todo Brasil nos próximos anos, com tíquete médio de R$ 1 mil. No médio prazo, a ideia da companhia também é se juntar ao grupo das empresas listadas.

"O governo do PT trouxe coisas boas para o setor de educação. O ProUni foi um programa muito importante, já que, hoje, qualquer jovem pode estudar numa instituição de ensino superior, o que só depende de sua dedicação no Enem ou no vestibular", disse Sayão, que espera um crescimento da receita da companhia na faixa de 20% ao ano. "Continuaremos a ter um vento favorável no governo Dilma", acredita.

Assim como a Damasio, outras pequenas companhias do setor de educação não querem ficar de fora do que consideram ser um bom momento para o segmento. Com a reeleição de Dilma Rousseff, as maiores empresas do segmento estão entre as preferidas dos investidores na bolsa, por conta da expectativa de que os programas do governo, como o Fies, ProUni e Pronatec, continuem a beneficiar os negócios. A ideia das menores, desta forma, é ficar com uma parte deste bolo.

"Tenho plena convicção de que 2015 será favorável ao nosso setor", disse Marcos Gregori, fundador da Eduinvest - que administra escolas de ensino básico e é dona de três colégios em São Paulo. Ele planeja comprar mais dez instituições nos próximos anos. Gregori espera em breve faturar o suficiente para listar a companhia no Bovespa Mais. "Talvez daqui a dois ou três anos", acrescentou.

Embora o mercado ainda mostre mau humor com o horizonte para a bolsa de valores após a reeleição da presidente Dilma, os ânimos devem entrar em equilíbrio, ressaltou Cristiana Pereira, da BM&FBovespa. "Assim que o cenário se definir, o investimento voltará ao normal."

No evento, estiveram presentes mais de 30 investidores, representando os principais fundos de private equity e bancos de investimentos do país, entre eles BR Partners, Brasil Plural, Bradesco e Goldman Sachs.  Fonte: Valor Econômico Autor: Ligia Tuon Leia mais em Luchefarma 29/10/2014

29 outubro 2014



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