25 agosto 2014

Venda de ativos da LBR rende R$ 531 milhões

Concorrência envolveu 14 unidades produtivas da empresa de laticínios em todo o Brasil

Depois de seis assembleias de credores, iniciadas nesse mês de agosto, chegou ao fim a alienação de vários empreendimentos do grupo LBR. A concorrência por 14 unidades produtivas isoladas (UPIs) da companhia, prevista dentro do plano de recuperação judicial da empresa, encerrou-se na quinta-feira, com a arrecadação de um total de R$ 531,477 milhões.

Desse valor, R$ 465,945 milhões serão pagos pelos compradores ainda neste ano e restará uma parcela a prazo de R$ 65,532 milhões. O valor presente líquido dessa oferta, descontada a Selic, é de R$ 523,8 milhões. A combinação, considerada mais favorável pela LBR por permitir a entrada do maior montante de dinheiro à vista no caixa da empresa, envolve as propostas, por diferentes unidades, da francesa Lactalis (R$ 250 milhões), da ARC Medical Logística (R$ 203,3 milhões), da Colorado (R$ 40,177 milhões), da Laticínios Bela Vista (R$ 25 milhões), da Cooperativa do Vale do Rio Doce (R$ 7 milhões) e da Agricoop (R$ 6 milhões).

Houve aprovação unânime de credores da classe trabalhista e também dos com garantia real. Ocorreu ainda unanimidade entre credores sem garantia (quirografários). Agora, a decisão tem de ser homologada pelo juiz da recuperação judicial, Daniel Carnio Costa. A expectativa de uma fonte que acompanha a transação é de que, em menos de um mês, saia uma definição. O negócio também depende de autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a negociação envolvendo a Lactalis. Apesar de ser considerada remota a possibilidade do Cade reprovar a transação, se isso ocorrer haverá uma nova negociação.

A transação dos bens da LBR envolveu alguns empreendimentos gaúchos, entre os quais a UPI Fazenda Vila Nova, planta que fica localizada no município de mesmo nome. A fábrica atua com os produtos leite UHT e em pó, tendo uma capacidade instalada para operar com cerca de 885 mil litros ao dia. Além dessa estrutura, a venda abrangeu mais três complexos no Estado: dois em Gaurama e um em Tapejara. Esse último empreendimento lida com leite UHT, em pó, creme de leite e leite condensado, com capacidade de armazenagem para 1,4 milhão de litros e 7 mil toneladas de produtos. Entre as marcas de propriedade da LBR estão Parmalat, Leitebom, Bom Gosto, Líder, DaMatta, Ibituruna e São Gabriel. O grupo LBR foi criado a partir da fusão entre o laticínio Bom Gosto, do empresário Wilson Zanatta, e da Leitbom, controlada pela Monticiano.

O presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), Ernesto Krug, considerou positivo o término do modelo oriundo da formação da LBR. Para o dirigente, é mais saudável para o setor do leite a regionalização e a pulverização do que a concentração que existia anteriormente. O presidente da AGL aponta o nascimento e a evolução da LBR como desastrosos. Krug ressalta ainda que a empresa teve auxílio do poder público, que injetou recursos através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).

Aquisições de cada unidade produtivas isolada

Lactalis : UPI 7. Fazenda Vila Nova - UPI 8. RJ (Barra Mansa) - UPI 11. Boa Nata - UPI 12. Requeijão (Poços de Caldas) - ARC Medical Logística - UPI 2. Garanhuns - UPI 5. Líder - UPI 6. Tapejara

Colorado : UPI 1. São Gabriel - UPI 3. São Luis dos Montes Belos - UPI 10. Cedrense - UPI 13. Bom Gosto Agricoop -  UPI 14. Gaurama

Laticínios Bela Vista : UPI 4. LeitBom

Cooperativa do Vale do Rio Doce : UPI 9. Ibituruna | Por Jefferson Klein | Leia mais em jcrs.uol 25/08/2014

25 agosto 2014



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