16 agosto 2014

Sete grupos unem seus ativos em Rio Grande

Sete empresas de logística que atuam no porto gaúcho de Rio Grande estão costurando uma união de ativos que deve levar a criação de uma holding. Apesar das empresas serem concorrentes entre si, a perspectiva de crescimento no valor do negócio a partir da união atraiu o interesse das famílias controladoras. São cinco empresas dedicadas ao armazenamento de cargas e duas que atuam no transporte fluvial. Inicialmente, a estrutura está sendo chamada de Núcleo Logístico Intermodal (NLI).

A integração entre as empresas começou a ser discutida em 2010 e está sendo feita pela Ctil Logística, com apoio da Jaquar Corporate Strategy. O maior obstáculo ao negócio foi convencer empresas tradicionais da região e de controle familiar a abrir seus números e outras informações para possíveis compradores. "As empresas não têm acesso umas aos números das outras. Não sabem o valor de cada uma delas na montagem da holding. Foi um trabalho difícil, mas todas aceitaram o valor que foi sugerido e assim conseguimos montar o negócio", conta Frank Woodhead, diretor da Ctil e ligado a uma das empresas envolvidas no projeto. Woodhead também é coordenador de infraestrutura do Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Rio Grande do Sul.

Juntas, as sete empresas ocupam uma área total de 500 mil metros quadrados, a cerca de um quilômetro do porto e do polo naval. A NLI tem capacidade anual para movimentação de 150 mil /TEUs (equivalente a um contêiner de 20 pés) e de cerca de 2 milhões de toneladas de cargas secas e líquidas. O faturamento somado das empresas fica hoje em torno de R$ 250 milhões e tem potencial, segundo Jorge Zir Bothomé, da Jaqar, para triplicar esse valor entre três a cinco anos após o início da operação conjunta. Já os investimentos estimados para renovação da frota de embarcações, caminhões e equipamentos portuários é estimado em R$ 200 milhões nos próximos cinco anos.

"O arcabouço técnico-financeiro já está pronto, com projeções de redução de custos nas áreas comuns, como administrativa, jurídica, financeira, TI e contabilidade", afirma Bothomé. Ele destaca ainda os ganhos com o maior poder de negociação com os clientes e melhor aproveitamento da frota.

Com o projeto definido e acertado com as empresas, Woodhead e Bothomé começaram a buscar investidores interessados na holding. Eles não informam com quem já conversaram, mas já sentaram na mesa de grandes empresas de logística e de fundos de investimento. A ideia é que o investidor tenha participação majoritária no negócio, com os atuais controladores das empresas permanecendo como minoritários ou até mesmo vendendo sua participação. "Até o fim do ano esperamos ter uma definição do sócio", afirmou Woodhead.

O porto do Rio Grande movimentou 33 milhões de toneladas em 2013, alta de 20% sobre 2012. a exportação cresceu 30%, com destaque para soja, farelo de soja, milho, trigo e cavacos de madeira. As importações subiram 9,3%, puxadas por fertilizantes, trigo e derivados de petróleo. Fonte:Valor Econômico\Carlos Prieto | Leia mais em portos e navios 14/08/2014


16 agosto 2014



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