27 junho 2014

ING deve se desfazer hoje de fatia restante na SulAmérica

Grupo holandês realizará leilão para venda das units na bolsa

Hoje, às 14 horas, acontecerá um leilão de compra e venda na BM&FBovespa de pouco mais de 34 milhões de units da SulAmérica.  O vendedor é o grupo holandês ING, apurou o Valor.  Se vender todos os papéis, o grupo dará um dos passos finais para cumprir o acordo feito com a Comissão Europeia em troca de socorro financeiro em 2008, no qual o banco precisa se desfazer de todos os seus investimentos em seguradoras.

Segundo comunicado da BM&FBovespa divulgado ontem, hoje a corretora Merrill Lynch vai intermediar um leilão de compra e venda de 34.073.516 units da SulAmérica, exatamente a quantidade de papéis restante detidos pelo grupo.  Esse volume representa 23,33% do total de units da seguradora custodiadas na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), de acordo com o comunicado da bolsa.  O volume equivale a cerca de 10% do total de ações da companhia.  O preço inicial da oferta será de R$ 15.

A corretora Merrill Lynch, que por uma questão legal não pode divulgar o nome de seu cliente, informou à bolsa que seu cliente vendedor "desconhece qualquer informação relevante sobre a empresa que não seja de domínio público" e que "não é acionista controlador, integrante do bloco de controle; e membro do conselho deliberativo, fiscal, de administração ou de qualquer outro órgão que exerça direta ou indiretamente qualquer tipo de ato de gestão, fiscalização ou controle da companhia emissora".

Desde março do ano passado o ING vem alienando sua participação na SulAmérica.  Em março de 2013, vendeu sua fatia dentro do bloco de controle para a família Larragoiti, fundadora da companhia.  Em maio, vendeu 7,9% da companhia ao IFC, braço financeiro do Banco Mundial, por R$ 400 milhões.  Em novembro, alienou 11,1% para a Swiss Re.

Procurada, a operação do ING no Brasil informou que esse assunto só poderia ser tratado pela matriz, em Amsterdã, que não comentou a informação até o fechamento desta edição.  A SulAmérica informou, via assessoria de comunicação, que não vai comentar.

Em entrevista concedida ao Valor na semana passada, o presidente do ING Ralph Hamers disse que a participação na SulAmérica poderia ser vendida gradualmente no mercado ou em uma transação privada.  Desde então, o mercado jogou o preço do papel para baixo.  Da terça-feira da semana passada até ontem, a ação acumulava queda de 7,3%.  Ontem, a ação fechou em alta de 2,4%, a R$ 15,38%.

Se o leilão de hoje for bem sucedido, as units da SulAmérica devem ganhar maior liquidez, uma vez que deve passar da mão de um grupo para um número maior de investidores.  A pressão de baixa no papel provocada pelo risco de colocação à venda de um bloco grande de units também deixará de existir.  (Colaborou Téo Takar) Por Thais Folego | Valor Online | Leia mais em gvces 27/06/2014

27 junho 2014



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