23 maio 2014

Ex-CEO do Citi no Brasil ajuda a fundar assessoria de fusões

A finalidade da nova empresa é lucrar com a duplicação do fechamento de negócios na maior economia da América Latina

Três ex-executivos do Citigroup Inc., incluindo Gustavo Marin, antigo CEO do banco no Brasil, iniciaram uma empresa de assessoria para fusões para lucrar com a duplicação do fechamento de negócios na maior economia da América Latina.

Marin fundou a MKP Assessoria e Gestão com André Kok, ex-chefe de banco de investimento e de banco corporativo do Citigroup no Brasil, e David Panico, que foi codiretor do negócio de banco de investimento da empresa com sede em Nova York no Brasil, disseram os três executivos em entrevista.

“Nosso capital é composto por nossas relações, pela confiança e pelo acesso que temos a grandes homens de negócios no Brasil”, disse Marin, 56, em entrevista concedida em seu escritório particular, no Itaim, São Paulo, onde a empresa irá operar até abrir sua própria sede.

A MKP se une a empresas americanas butique como Moelis Co. e Greenhill Co. ao abrir escritório no Brasil em meio a um aumento de 120 por cento nas fusões e aquisições neste ano.

As fusões subiram para US$ 27,4 bilhões, contra US$ 12,5 bilhões no mesmo período do ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. Os negócios cresceram 13 por cento, para US$ 75,4 bilhões em 2013.

A ideia é atender empresas que procuram serviços de assessoria para fusões de nível sênior, disse Kok, 48.

“Pode ser um valor de US$ 1 bilhão ou US$ 300 milhões, mas o mercado brasileiro de fusões e aquisições é sempre relevante e suficientemente profundo e há lugar para todo mundo”, disse ele.

A MKP começou a operar em fevereiro e está trabalhando em três negociações, segundo Kok.

Panico, 40, disse que a estratégia da empresa será continuar “pequena e focada”. A empresa está “disposta a ter um pequeno número de projetos e clientes que podem se beneficiar com nossa atenção total”, disse ele.

Negócio internacional

A MKP está trabalhando com um cliente estrangeiro, segundo Marin.

“Se você é estrangeiro e quer ter acesso ao CEO ou aos donos de uma grande companhia brasileira você precisa trabalhar com alguém com esse tipo de acesso”, disse Marin, que foi substituído no Citigroup por Hélio Magalhães, em junho de 2012, após 32 anos no banco.

Marin, que agora tem cidadania brasileira, começou sua carreira como estagiário na subsidiária do Citigroup no Uruguai, onde ele nasceu. Foi também CEO do Citigroup no Peru e no Paraguai e chefe da América Latina.

Trabalhou no conselho de diretores da Febraban, a Federação Brasileira de Bancos, e fez parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, um conselho de assessoria para políticas, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Kok conheceu Marin no Citigroup quando começou sua carreira, em 1998. Ele depois trabalhou no UBS AG e foi chefe de banco de investimento do Banco Itaú BBA SA. Marin o contratou de volta para o Citigroup em março de 2011.

Três meses depois, Kok contratou Panico, que na época estava na Merrill Lynch Co., do Bank of America Corp.

Negócios acionários

Os três executivos participaram de 70 ofertas acionárias ao longo de suas carreiras e levantaram cerca de US$ 100 bilhões, disse Panico.

Kok e Panico assessoraram a fabricante de cimento Camargo Corrêa SA na aquisição, por US$ 5,43 bilhões, de ações da Cimpor-Cimentos de Portugal SGPS em 2012.

A transação deu à Camargo Corrêa, que tem sede em São Paulo, mais de 90 por cento da empresa portuguesa. Eles também trabalharam com a BR Properties SA em sua negociação para adquirir a One Properties em 2012.

A Moelis, fundada pelo ex-executivo do UBS AG Kenneth Moelis, disse em março que estava abrindo um escritório no Brasil, enquanto a Greenhill Co., a assessoria para aquisições com sede em Nova York fundada por Robert F. Greenhill, abriu sua primeira filial sul-americana em São Paulo, em outubro.

A Moelis nomeou Otávio Guazzelli e Jório Salgado-Gama como diretores de banco de investimento para o país. Guazzelli anteriormente dirigiu bancos de investimento do BR Partners e do Citigroup no Brasil. Salgado-Gama foi chefe de fusões e aquisições do BR Partners e também trabalhou no Citigroup.

Daniel Wainstein, ex-sócio e presidente da unidade de banco de investimento do Goldman Sachs Group Inc. no Brasil, se tornou chefe da Greenhill no país em outubro. Cristiane Lucchesi e Francisco Marcelino, da Bloomberg | Leia mais em exame 22/05/2014

23 maio 2014



0 comentários: