03 fevereiro 2014

Controlada pelo Carlyle, Axalta vai às compras no país

Tintas - Antiga divisão da DuPont, fabricante amplia capacidade de produção e quer dobrar de tamanho

Maior fornecedora de tintas e repinturas automotivas no Brasil e na América Latina, a Axalta, antiga divisão de tintas da DuPont que hoje pertence ao grupo Carlyle, gestora de fundos de private equity, vai ampliar sua fábrica no país. Além de investir US$ 32 milhões em sua fábrica, a companhia se prepara para dobrar o tamanho da operação brasileira por meio de aquisição, que pode ser anunciada ainda em 2014.

 "Há algumas negociações em curso dentro dessa estratégia de duplicar o nosso tamanho no Brasil", afirmou ao Valor o presidente da companhia no país, Antonio Carlos Oliveira. Os potenciais alvos não são revelados e não estão, necessariamente, vinculados ao negócio de tintas automotivas - a Axalta poderá, inclusive, entrar em um novo mercado, como o de tintas especiais para construção civil. "Há algumas possibilidades", disse.

 Mundialmente, a companhia anuncia, amanhã, a duplicação da capacidade produtiva de tintas à base d'água na fábrica de Guarulhos (SP), a maior unidade da empresa na América Latina. O projeto, que entra em operação no início de 2015, vai elevar a mais de 4,5 milhões de litros por ano a capacidade instalada para esse tipo de tinta, cuja demanda global cresce na esteira da maior rigidez da Legislação Ambiental e da ampliação da frota de veículos.

 Foi justamente a nova onda de investimento das montadoras no Brasil, além da relevância já alcançada pela indústria automobilística nacional, a sétima maior do mundo em produção, que contribuiu para a aprovação do projeto em Guarulhos. Muitas das marcas que anunciaram fábricas no país, entre elas BMW, Land Rover e Audi, já são clientes globais da Axalta. "Estamos nos preparando para atender a essa segunda leva de montadoras que chega ao Brasil e, cada vez mais, haverá procura por produtos mais corretos ambientalmente", afirmou Oliveira, sem informar com quais marcas já existe negociação. 

Em termos de participação no mercado brasileiro, a meta da Axalta é manter a relação atual: um a cada dois carros montados no país leva a tinta da companhia. Por aqui, assim como em outros mercados ocidentais, as duas grandes concorrentes da empresa são Basf e PPG. Com a expansão, a capacidade de produção de tinta à base d'água representará aproximadamente 20% do total que a companhia pode produzir no país. Além de atender às montadoras, a Axalta vai ampliar o fornecimento ao chamado mercado de reposição. Em linhas gerais, cerca de 80% das vendas são direcionadas às montadoras e 20%, ao "aftermarket".

 O anúncio do investimento em Guarulhos praticamente coincide com o aniversário de um ano da conclusão da compra da antiga DuPont Performance Coatings pelo Carlyle, por US$ 4,9 bilhões - a operação foi encerrada em 1º de fevereiro de 2013.

 Além da aposta no país, a companhia está investindo outros US$ 50 milhões para ampliar a capacidade instalada na China, onde concorre com duas grandes fornecedoras do mercado oriental, Nippon Paint e Kansai Paint . "Há dois polos de crescimento mundial: Brasil e China", afirmou o executivo.

 Conforme Oliveira, a operação brasileira já possui um peso próximo aos de Europa e Estados Unidos no negócio global da Axalta. A companhia, que em 2012 registrou vendas de US$ 4,3 bilhões, não divulga números regionais. Stella fontes | Valor Econômico
Fonte: cliptvnews 03/02/2014


03 fevereiro 2014



0 comentários: