14 dezembro 2013

Dudalina vende controle para Advent e Warburg Pincus

Grupo Advent e Warburg Pincus assumem direta e indiretamente 72,2% da empresa catarinense, em negócio estimado em R$ 600 milhões

Dois dos maiores fundos de investimentos dos Estados Unidos, a Advent e a Warburg Pincus, assumiram o controle da Dudalina, fabricante catarinense de camisas, com 93 lojas no País e duas no Exterior.

Pelo acordo, os dois fundos de investimentos americanos ficarão com 72,27% da Dudalina. Sônia Hess deterá outros 6,31% e os minoritários remanescentes permanecerão com 21,42%. Sônia Hess ficará à frente da operação.

Os valores da negociação ainda são mantidos em sigilo, mas a DINHEIRO apurou que a operação envolverá R$ 600 milhões. A Dudalina, empresa de gestão familiar com sede em Blumenau, registrou receita de R$ 349,5 milhões no ano passado, um crescimento de 49% na comparação com o ano anterior.

A companhia foi escolhida a A EMPRESA DO ANO da edição AS MELHORES DO MIDDLE MARKET da DINHEIRO, que circula neste fim de semana.

A venda da Dudalina já recebeu sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que protocolou pedido de consulta por parte da empresa na terça-feira 10.

 "A empresa conseguiu mudar seu DNA, migrando da área fábril para o varejo e soube ao longo dos anos montar um padrão de governança digno de uma grande empresa", afirma Douglas Carvalho Jr., sócio diretor da Target Advisor, butique paulista de fusões e aquisições, especializada em moda.

A Dudalina está em processo de internacionalização da sua marca. A companhia mantém uma loja na Cidade do Panamá, conhecida como a “Dubai Latina” e em Milão, no chamado quadrilátero della moda, ao lado de marcas consagradas como Chanel, Armani, Hermès e Dolce & Gabbana.

Segundo Sônia Hess, em entrevista à DINHEIRO, os próximos destinos serão Zurique, na Suíça, e Sydney, na Austrália. “Temos negociações em andamento em várias partes do mundo”, disse Sônia, antes do anúncio da venda do controle. “Queremos estar em todos os grandes mercados, dentro de uma estratégia consciente de expansão. Afinal, o entusiasmo exagerado é um convite para o fracasso.”

 A venda da Dudalina já era prevista por especialistas do mercado das grifes. Segundo o consultor da MSF, Carlos Ferreirinha, a Dudalina despertou o interesse de investidores nos últimos anos pelo rápido crescimento da marca. “A Dudalina é hoje a joia da coroa do mercado das marcas nacionais, com o maior potencial de ser assediada por concorrentes”, afirma Ferreirinha. “Seria injusto compará-la com uma Armani, mas ela possui uma excelente operação e uma excelente marca.” Por Rosenildo Gomes FERREIRA
Fonte: istoedinheiro 13/12/2013

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Dudalina é vendida para investidores americanos 

Os bastidores da negociação que levou dois anos e o que contou para a companhia chamar a atenção de estrangeiros

 Um dos símbolos da recente projeção da moda catarinense no Brasil e no exterior, a grife Dudalina, de Blumenau, trocou de mãos. Após uma negociação sigilosa de dois anos com os fundos americanos Warburg Pincus e Advent International, o acordo foi selado com aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e vazou no fim de semana.

 Os fundos pagaram cerca de R$ 650 milhões por 72,2% do capital da companhia, um dos maiores negócios da história do setor têxtil do país. A outra parte das ações , 27,8%, continua com cinco dos 14 sócios, filhos do casal fundador, Adelina Hess e Duda Souza. A presidente da empresa, Sônia Hess, ficou com 6,31% de participação e continuará no cargo por período de três a cinco anos para manter e transferir a cultura da companhia aos novos sócios, informou uma fonte ligada à família.

 A empresária foi procurada pelo Diário Catarinense, mas não deu entrevista até o fechamento desta edição. A decisão de vender o controle acionário teve duas razões principais. Uma é permitir que os 14 sócios, com idade entre 45 anos e 65 anos, alguns já com netos, possam investir mais em negócios próprios atendendo a interesses de cada família. E outra é a possibilidade de um crescimento mais acelerado da empresa nos mercados nacional e internacional já que os novos controladores têm capital e pretendem investir em marketing e expansão.

 A fonte do DC negou que a motivação tenha sido desavenças entre os irmãos, como chegou a ser comentado no meio político catarinense na semana passada, quando já havia boato sobre a venda. Com quatro marcas -Dudalina, Dudalina Feminina, Individual e Base Jeans -a empresa teve valor de mercado próximo de R$ 1 bilhão pelo seu perfil de negócio: produção de camisas com design desejado e alta qualidade e forte participação no varejo com rede de lojas pequenas, mas de alta rentabilidade. 

Linha feminina deu novo fôlego às vendas
 O crescimento mais acelerado vem desde 2010, com o lançamento da linha feminina. Em 2012, a empresa faturou R$ 349,5 milhões e deve fechar este ano com mais de R$ 500 milhões, o que significa crescimento superior a 40%. O ebitda (lucro antes dos juros , impostos, depreciação e amortização) teve alta próxima de 30% este ano. A empresa tem 93 lojas no Brasil e duas no exterior.

 Os planos são chegar a 200 nos próximos anos, com mais unidades no exterior, em cidades como Zurique (Suíça) e Sidney (Austrália). Essa expansão é liderada pelo diretor comercial Ilton Rogério Tarnovski, que está sendo preparado para suceder Sônia na presidência. Pela negociação, a empresa continuará com o mesmo posicionamento de mercado, mas pretende investir em marketing e no varejo para crescer mais rapidamente. Os 2,6 mil empregos em SC e no Paraná devem ser mantidos. Valor da marca e gestão valorizados.

 Valor da marca e gestão valorizados

 O pulso firme no controle da empresa sempre foi a marca mais forte da camisaria. A gestão eficiente começou com a fundadora e matriarca, Adelina Hess de Souza, que cuidava pessoalmente de cada detalhe da fábrica nos primeiros anos. O comando sempre ficou nas mãos da família Hess de Souza. A forma como a filha Sônia, que assumiu a presidência em 2003, conduziu a Dudalina fez dela uma personalidade no mundo dos negócios. Em junho deste ano, foi eleita pela revista americana Forbes como a sexta mulher mais poderosa do Brasil .

 Com o lançamento da linha feminina, em 2010, as camisas da Dudalina se tornaram um novo objeto de desejo. A flor-de-lis passou a ser vista no figurino de apresentadoras de telejornais como Fátima Bernardes e Ana Paula Padrão -numa certeira estratégia de marketing -e alavancou as vendas. Para Cristiano Berger, presidente do Santa Catarina Moda e Cultura, a empresa apostou na camisa feminina na hora certa, desburocratizando os modelos e coincidindo com um momento em que as mulheres se tornam cada vez mais poderosas profissionalmente.

 A Dudalina também coleciona reconhecimentos com suas propostas de sustentabilidade e responsabilidade social. A própria Adelina Hess de Souza foi precursora da cultura do reaproveitamento de materiais quando, no início dos anos 1990, minimizou o desperdício de retalhos das camisas com produção de colchas e sacolas com a técnica de patchwork. Hoje o reaproveitamento se transformou em um programa maior na empresa. Essa iniciativa já evitou o descarte de 35 tonelas de tecido. Autor: Vinculado ao diariocatarinense.clicrbs.economia
Fonte: ecofinancas 16/12/2013


14 dezembro 2013



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