11 setembro 2013

GDF Suez investe em eficiência de energia no Brasil

GDF Suez pretende alcançar um faturamento de cerca de R$ 150 milhões com o negócio de gestão de energia no Brasil até 2016. A companhia anunciou ontem a aquisição, por meio de sua subsidiária Cofely, de 51% da brasileira Emac, empresa de serviços de energia especializada em sistemas de refrigeração que pertence ao grupo mineiro Tuma.O valor da operação não foi revelado.

Segundo Sebastien Ugona gerente de Desenvolvimento para a América Latina da GDF Suez Energy Services, braço de eficiência energética do grupo que controla a Cofely, o preço foi um "valor estratégico" para desenvolver o negócio no Brasil. A conclusão da transação está prevista para o fim do ano.

O negócio de serviços de energia - que inclui medidas de eficiência energética e gestão do uso da energia - gera uma receita anual de 14 bilhões de euros à Cofely, sendo mais de 90% desse montante obtidos na Europa. A cifra representa 18% do faturamento global do grupo franco-belga. Segundo Ugona, a meta é que esse negócio alcance o mesmo percentual do faturamento do grupo no Brasil.

A operação marca a entrada do grupo nesse setor no Brasil e pode destravar um mercado potencialmente valioso. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), o faturamento dessa atividade em 2012 foi de menos de R$ 1 bilhão. E o potencial de economia de energia do país, que pode ser traduzido em negócios, é de cerca de R$ 13 bilhões.

Segundo Ugona, o mercado brasileiro de eficiência energética ainda é, de certa maneira, pouco explorado porque as distribuidoras de energia investem nessa área apenas os 0,5% da receita operacional líquida exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Já as consultorias especializadas nessa atividade no país, apesar de terem bons projetos, não possuem fôlego financeiro para tirá-los do papel.

"Acreditamos que agregar os serviços de gestão da energia, a expertise que temos na França, com as boas práticas que já existem na empresa [Emac] pode fazer um mix ótimo para desenvolver esse negócio no Brasil", afirmou Ugona. "Queremos trazer um modelo de negócios onde a lucratividade dos projetos que vamos implementar existe da verdade", completou ele.

A Cofely atua basicamente com contratos de desempenho, no qual o pagamento pelo serviço é feito com a quantia relativa à economia de energia que ele proporciona. A empresa desenvolve, com recursos do próprio bolso e de financiamento, serviços de eficiência energética, a partir de um contrato que garante um valor relativo à economia de energia que o cliente terá. Se o valor final for menor que o previsto, a Cofely paga uma multa. Por outro lado, se o valor for maior, a empresa ganha um bônus.

A aquisição do controle da Emac faz parte da estratégia do grupo de expandir sua atuação em eficiência energética na América Latina. No fim de 2011, a GDF Suez adquiriu a Térmika, empresa de serviços de energia no Chile. Segundo Ugona, a companhia também avalia outras aquisições no Chile e também no México.O executivo explicou que, em um primeiro momento, não está prevista uma operação de aquisição semelhante no Brasil. Mas a companhia vai continuar olhando oportunidades no Brasil. Uma das áreas de interesse da empresa é a de cogeração.

Segundo a GDF Suez, a aquisição da Emac também tem sinergia com as operações de sua subsidiária Tractebel Energia, maior geradora de energia privada do Brasil. De acordo com o grupo, os serviços da Emac poderão ser oferecidos para os clientes livres industriais que consomem energia fornecida pela Tractebel.A companhia também entende que a credibilidade do grupo GDF Suez pode servir de auxílio para a Cofely obter financiamento do BNDES para futuras operações.  Valor Econômico
Fonte: tnpetroleo 10/09/2013
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11 setembro 2013



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